Os candidatos à Prefeitura de Curitiba comentaram nesta quarta-feira (31) a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), por 61 votos a 20 no Senado.
O atual prefeito Gustavo Fruet (PDT) foi o primeiro a se manifestar, através da sua página oficial no Facebook. “Percebi logo no início da minha experiência política que a estrutura construída para dar governabilidade seria a ruína da República”, disse o candidato à reeleição.
Fruet também voltou a criticar a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil de Dilma, em março deste ano. “Aquele ato era o equivalente à renúncia da presidente Dilma”, disse o prefeito. “Na ocasião, também alertei para a gravidade do nosso momento histórico. Mantenho esse alerta, mas espero que, perto do desfecho desse episódio, o Brasil possa superar este momento e encontrar um caminho mais sólido para nossa democracia. Esperança de harmonia entre os três poderes e que essa harmonia permita solução sobre reformas, inclusive a política”, completou o candidato em seu Facebook.
O deputado estadual Requião Filho (PMDB) criticou a cassação da presidente. “Foi dado um jeitinho”, disse. “O governo Temer só dará certo se ele se ater ao estatuto do PMDB”, alertou o deputado. “Essa Ponte Para o Futuro [proposta de governo de Temer], na minha opinião, não representa o PMDB, não vai de encontro ao estatuto. Ele deveria usar o Mudança e Esperança [plano de governo do partido] como bíblia”, completou. Para Requião Filho, o presidente interino pode perder apoio dentro do próprio partido se o governo for no sentido de “aumentar juros e cortar garantias constitucionais”.
A deputada Maria Victória (PP), por sua vez, comemorou o resultado da votação. “Fiquei muito feliz com o resultado. Fui a primeira parlamentar do PP que se pronunciou favorável ao impeachment”, disse. “Já no dia de ontem o dólar baixou, a bolsa subiu e a gente pode esperar que venha uma melhora na economia e na crise econômica internacional e medidas que venham a melhorar a qualidade de vida do cidadão”. afirmou a candidata.
O deputado Tadeu Veneri (PT) disse que o resultado já era esperado. “Tivemos um processo que desde o início havia uma perspectiva muito forte”, afirmou. Ele lembrou que o processo de impeachment só foi aceito pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) depois que deputados do PT decidiram votar contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara. “É muito menos uma questão jurídica e muito mais uma questão política”, afirmou Veneri. O candidato também cobrou rigor na apuração de crimes praticados por lideranças da oposição a Dilma. “Todos os argumentos usados para afastar a presidente Dilma, que isso seja utilizado nas mesmas proporções a essas pessoas acusadas de se envolverem em crimes já denunciados”, concluiu o candidato.
Já a candidata Xênia Melo (PSol) aproveitou o resultado para criticar as coligações municipais. “Acredito que o processo de impeachment é uma tentativa desesperada pelo poder, mas a gente precisa denunciar o fato de que, de alguma forma, o PT, o PSDB, O PMDB e o DEM estão coligados em 1683 cidades brasileiras”, disse. Para ela, há uma “falsa disputa” nacional entre PT e PSDB. “É uma incoerência política que leva as pessoas a terem essa posição hostil e sem esperança com o futuro da política”, concluiu.
O candidato Rafael Greca (PMN) não quis comentar o resultado da votação. O candidato Ney Leprevost (PSD) afirmou que participou das manifestações pró-impeachment desde que elas começaram e que o processo de impedimento de Dilma Rousseff foi justo. “Foi apenas uma batalha na guerra contra a corrupção”, disse. O deputado estadual ainda afirmou esperar uma condução firme de Michel Temer a frente do governo federal. “Espero que ele tenha força de vontade para fazer as mudanças necessárias no país”, comentou. Leprevost ainda afirmou que Curitiba está no centro do processo que culminou no impeachment, com o trabalho da força-tarefa da Lava Jato. “Os curitibanos estão de parabéns, foi um show de democracia”, finalizou.
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