Rafael Greca é o novo prefeito de Curitiba. Com 53,25% dos votos válidos (461.736), o candidato do PMN venceu a disputa com Ney Leprevost (PSD) neste domingo (30). Greca administrará a capital paranaense a partir de 1º. de janeiro de 2017 e o mandato seguirá até 31 de dezembro de 2020.
Veja aqui o resultado completo da votação em Curitiba.
INFOGRÁFICO: Conheça a trajetória política de Greca.
“Ser bem-vindo é o melhor aplauso. Eu agradeço que Curitiba me permite fazer história de novo. Ofereço o mais entusiasmado empenho no resgate da qualidade do serviço público da prefeitura”, disse Greca à Gazeta do Povo, assim que a vitória dele foi confirmada.
Leprevost ficou na segunda colocação com 405.315 votos, o que representa 46,75% dos votos válidos. A diferença entre os candidatos no segundo turno foi de 56.421 votos. O resultado foi confirmado com 94% das urnas apuradas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), às 17h30 − quando já não havia a possibilidade de o candidato do PSD ultrapassar a votação de Greca.
De acordo com o TRE-PR, a eleição para a prefeitura da capital ainda registrou 44.834 votos brancos e 117.920 nulos. Além disso, não compareceram às urnas 259.399 eleitores.
Quem é Rafael Greca?
Vinte anos depois, Rafael Greca ocupará novamente a cadeira de prefeito de Curitiba. Quando muitos já o davam como morto politicamente após quatro derrotas seguidas nas urnas, ele se aproveitou do momento do país em que a classe política está mergulhada em completo descrédito. Para isso, vendeu aos eleitores o mote da “volta para o futuro”, a um “tempo em que a cidade funcionava” e era reconhecida e copiada nacional e internacionalmente. Deu certo.
Engenheiro recém-aposentado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ipuc), Greca está na vida política há quase 35 anos. De vereador a ministro de Estado, transitou pelas mais diversas correntes políticas e circulou com os mais variados aliados possíveis. Do PDS, que sucedeu a Arena como partido de sustentação da ditadura militar, migrou para o PDT do ex-governador Leonel Brizola. Mais tarde, foi para o conservador PFL (atual DEM), acompanhando o padrinho político Jaime Lerner. De lá, acabou no PMDB de Roberto Requião, maior adversário do ex-prefeito e ex-governador.
Agora, como prefeito eleito, está filiado ao nanico PMN, para onde se transferiu por dois motivos: viabilizar a candidatura deste ano, que não conseguiria no terreno peemedebista, e evitar ter de responder durante a campanha sobre escândalos nacionais que permeiam praticamente todas as grandes legendas. Seguindo a história de alianças polêmicas, porém, contou desta vez com o apoio do governador Beto Richa (PSDB), a quem atacou duramente enquanto era ligado a Requião. “Meu partido é Curitiba”, desconversou durante toda a campanha.
Excêntrico para alguns e um grande estudioso e conhecedor da cidade para outros, Greca terá de vencer a desconfiança se conseguirá tirar do papel todas as promessas eleitorais diante da crise econômica que o país enfrenta. Também terá de se mostrar capaz de resgatar a Curitiba modelo que ajudou a construir 20 anos atrás.
De certo, pode-se esperar o sempre falastrão Rafael Greca – para o bem e para o mal − nos próximos quatro anos. No primeiro turno da campanha, por exemplo, quase pôs tudo a perder ao dizer, em uma sabatina na PUCPR, que vomitou ao transportar um pobre dentro do carro. Desculpou-se e disse ter sido mal interpretado.
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