O empresário João Doria (PSDB) foi eleito prefeito de São Paulo em primeiro turno neste domingo (2), com 53,29% dos votos válidos. Desde que a eleição em dois turnos é prevista, essa foi a primeira vez que um prefeito se elege em primeiro turno na capital paulista, com mais de três milhões de votos.
O prefeito Fernando Haddad (PT) ficou em segundo lugar, com 16,7% dos votos válidos, segundo apuração do Tribunal Superior Eleitoral, seguido por Celso Russomanno (PRB), em terceiro, com 13,64%; Marta Suplicy (PMDB), em quarto lugar, com 10,14%; e Luiza Erundina, na quinta posição com 3,17%.
Assim que foi confirmada a eleição Doria, centenas de militantes do partido reunidos no diretório estadual do partido, na zona Sul de São Paulo, comemoram o resultado com gritos e aplausos e ao som de “tema da vitória”, música que tocava quando o piloto de fórmula 1 Ayrton Senna ganhava uma competição. Militantes gritavam: “Fora PT, aqui é coxinha”. Em alguns pontos da cidade, foram ouvidos fogos de artifício.
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Doria chegou ao diretório, por volta das 21h, acompanhado de seu vice, Bruno Covas, e do governador Geraldo Alckmin. Em seu discurso, o governador de São Paulo foi ovacionado pela plateia. “Essa eleição mostrou a importância das prévias. Prévia não divide, prévia escolhe. O João fez toda diferença, que se identifica com essa grande metrópole, o João madrugador, na periferia, uma campanha leve, sem ataques, bem-humorada, que ganhou a confiança da população. Estamos com um fenômeno eleitoral: João Doria. Quero dizer que o recado das urnas foi muito claro: São Paulo tem pressa, precisa de um prefeito não para criar dificuldades ou problemas, mas para resolver problemas e criar oportunidades. Conte conosco”, discursou Alckmin.
Ao comentar a vitória na frente de sua casa, por volta das 20h30min, Doria disse que recebeu telefonemas dos seus oponentes parabenizando a eleição. Ao falar com jornalistas, repetiu o mantra de que é um gestor, e não um politico, usado largamento durante sua campanha no horário eleitoral da TV e do rádio. “São Paulo pode esperar um bom gestor, trabalhador, dedicado. Vamos contar com muita juventude para modernizar nossa cidade, reconduzir São Paulo ao papel que ela merece. São Paulo precisa de um prefeito muito presente”, afirmou Doria, aos jornalistas: “Vou celebrar agora, com militantes do PSDB. Agradeço apoio e confiança dos eleitores.”
Haddad lamenta
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), lamentou a falta de um segundo turno nas eleições municipais, quando segundo ele, dois projetos para a cidade poderiam ser confrontados em debates. Haddad disse que parabenizou João Doria (PSDB) e que colocará sua equipe à disposição para fazer um governo de transição a partir desta segunda-feira (3). “Tinha clareza que seria difícil ganhar a eleição. Mas tenho convicção de que a cidade teria ganho se os projetos pudessem ser avaliados”, afirmou o prefeito, durante evento no diretório municipal do PT, no centro de São Paulo.
Acompanhado da primeira-dama, Ana Estela Haddad, do vice-prefeito, Gabriel Chalita, e dos dirigentes Paulo Fiorillo e Emídio de Souza, Haddad disse espera uma “transição tranquila” no ano que vem. “Estamos fazendo isso no melhor interesse de São Paulo. Em um país que vê fragilizadas as suas instituições, um dos pilares que eu mais prezo são as transições de governo. Por isso, estaremos à disposição do prefeito eleito a partir de amanhã para que a cidade só tenha a ganhar com um processo transparente.”
O clima entre os militantes no diretório municipal era de frustração, já que os primeiros resultados de boca de urna, no fim da tarde, indicavam que Haddad iria para o segundo turno contra Doria. Algumas pessoas choravam e se abraçavam em sinal de solidariedade.
Uma festa na “Casa Pense Diferente São Paulo”, na região da rua Augusta, foi cancelada. Haddad havia ido ao local no sábado para comemorar a divulgação do resultado da pesquisa do Datafolha, que o colocava no segundo turno da eleição para prefeito.
Alckmin para 2018
A eleição de Doria fortaleceu o nome do seu padrinho, o governador Geraldo Alckmin para as eleições de 2018. Enquanto acompanhava a apuração no diretório do PSDB, o presidente estadual do partido, Pedro Tobias, fez um rápido discurso já defendendo que os tucanos se concentre na realização de prévias para definir o candidato à presidência da República em 2018. “Vamos começar hoje prévia para eleição a candidato à presidente da República que é Geraldo Alckmin”, defendeu Tobias, que ainda chamou Andrea Matarazzo de traidor. Ele deixou o partido depois da escolha do nome de Doria nas prévias e se acabou se tornando vice da candidata Marta Suplicy (PMDB).
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