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Rafael Greca lidera pesquisa para a prefeitura de Curitiba, com 45% das intenções de voto, segundo o Ibope. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Rafael Greca lidera pesquisa para a prefeitura de Curitiba, com 45% das intenções de voto, segundo o Ibope.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Quem lembra do índice de rejeição do candidato a Prefeitura de Curitiba Rafael Greca (PMN) nas eleições em 2012 não acreditaria que o ex-prefeito teria chances de ganhar a disputa quatro anos depois.

Em abril de 2012, Greca, que disputava a eleição pelo PMDB, tinha 49% de rejeição* do eleitor curitibano. Na pesquisa Ibope** divulgada nesta segunda-feira (19), Greca aparece com a menor rejeição entre os prefeituráveis: 12%.

Além disso, aparece em primeiro lugar na disputa, com 45% das intenções de voto. Na primeira pesquisa do Ibope*** desde o início do pleito, Greca aparecia com 15% de rejeição e com 28% das intenções de voto.

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Não é possível determinar de forma cabal o que explica a virada de jogo de Greca das últimas eleições para cá sem uma pesquisa qualitativa para aprofundar as questões.

Para o cientista político Luiz Domingos Costa, porém, alguns fatores podem ajudar a explicar a queda do índice de rejeição do candidato. “Primeiro, o fato dele ter conseguido, mesmo que de forma misteriosa, se isolar de nomes tradicionais da política. Ele conseguiu afastar o Beto Richa (PSDB), mesmo na propaganda e nas entrevistas”, explica.

Beto Richa declarou apoio oficial à candidatura de Greca, mas o ex-prefeito tem tentado se descolar da imagem já desgastada do governador. No primeiro grande evento de campanha, por exemplo, Greca esperou o governador ir embora para aparecer, a fim de evitar ser visto com o tucano. Ao se descolar de Richa na campanha, Greca consegue fugir do índice de desaprovação ao governo estadual, que é de 49%, segundo a pesquisa Ibope divulgada nessa segunda.

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Outro fator que ajuda a explicar o crescimento nas pesquisas, segundo Costa, é o fato de Greca não exercer um mandato atualmente. “O fato dele atualmente não ser mandatário conta a favor dele”, diz.

O candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT), por exemplo, tem 26% de rejeição segundo a última pesquisa do Ibope, além de 53% dos entrevistados desaprovarem a administração municipal.

Além disso, Greca concorre pelo nanico PMN, o que pode contribuir para o baixo índice de rejeição, já que o partido não está desgastado com a Lava Jato ou com o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Ele vem por um partido insignificante, fugindo dessa polarização tradicional”, explica Costa. “Ele não tem um partido tradicional, por isso não carrega a mácula de ser golpista ou petralha”, completa o cientista político. “Ele não tem a rejeição do PT, não tem a rejeição do Beto Richa e não tem a rejeição de mandatário”, resume Costa.

Perfil

De acordo com a pesquisa Ibope divulgada nessa segunda, Greca é rejeitado por 14% dos eleitores do sexo masculino e por 12% das eleitoras de Curitiba. A faixa etária que apresenta maior rejeição ao candidato do PMN é o público entre 45 e 54 anos: 17% desses eleitores afirmaram que não votariam em Greca de jeito nenhum. O menor índice de rejeição é entre a população com mais de 55 anos: apenas 7% desse público disse que não votaria no candidato.

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O candidato também tem maior rejeição entre o público com ensino superior completo: 16% desses eleitores se negam a votar em Greca, enquanto apenas 9% dos eleitores com ensino médio completo rejeitam o candidato.

Segundo turno

Para o cientista político, as chances da eleição em Curitiba serem resolvidas já no primeiro turno aumentaram, de acordo com a pesquisa Ibope. “Eu acho que se o próprio Fruet crescer um pouco, consegue ir para o segundo turno, mas alguma coisa tem que acontecer”, analisa Costa. “Seja uma mudança no rumo da campanha do Fruet, seja uma participação muito eloquente dos candidatos pequenos no debate”, exemplifica.

A participação dos candidatos nanicos, na opinião de Costa, será secundária para tentar levar a eleição para um segundo turno. “Acho que a bola está com os candidatos dos partidos maiores, por conta do dinheiro, da estrutura, do recall, porque eles já têm nome”, explica.

Fichas técnicas

*Pesquisa Ibope registrada no TRE do Paraná com o número 00001/2012. O levantamento foi realizado entre os dias 27 e 29 de março, com 812 entrevistas. A margem de erro é de até 3 pontos percentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança apontado pelo instituto é de 95%.

** A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 15 e 18 de setembro com 805 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-01610/2016.

*** A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 19 e 22 de agosto com 602 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-04300/2016.

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