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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Mudar de cidade para tentar se eleger a um cargo público não é indicador de sucesso. Entre as eleições de 2012 e 2016, 1.449 candidatos decidiram trocar de município para concorrer a vagas no Executivo e no Legislativo, mas apenas 104 deles se elegeram, cerca de 7%. É o que apontam dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) levantados pela Gazeta do Povo.

Somente 15 candidatos que já exerciam cargos públicos em 2012 e que mudaram de cidade conseguiram se eleger. E 89 que haviam falhado nas urnas no último pleito acabaram eleitos neste ano.

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Houve mudança de município em todos os estados da federação (o Distrito Federal não participa de eleições municipais). São Paulo, maior colégio eleitoral do país, também foi o estado com mais trocas.

No Paraná, 60 candidatos mudaram de domicílio eleitoral, mas apenas dois conseguiram dialogar com os novos eleitores. Eles são representantes da segunda categoria: não eleitos em 2012 e eleitos em 2016.

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Valdir da Costa, suplente de vereador em Foz do Jordão em 2012 pelo PP, se elegeu, agora pelo PSL, a vereador, em Candói, perto de Guarapuava; e Arlindo Lima de Oliveira, que não conseguiu se eleger vereador em Curitiba em 2012 pelo PR, foi eleito dessa vez em Reserva, no interior do estado, pelo PTdoB.

Dos 60 candidatos, 29 serão suplentes a partir de 2017.

Já os 15 políticos que conseguiram a façanha de repetir o feito em outra cidade eram de nove estados e agora figuram em oito – um vereador do Pará se mudou para o Maranhão. O próprio estado nordestino, São Paulo e Pernambuco foram as regiões que mais receberam alterações: três cada. Em SP e PE, as mudanças ocorreram apenas entre cidades. No MA, uma das mudanças é a que veio do Pará: João Albuquerque (PPS), eleito vereador em Marabá em 2012, se elegeu nesse ano em Grajaú, no Maranhão, pelo PMDB, para o mesmo cargo.

São Paulo envolve o único caso de “prefeito reeleito em outra cidade”. Edson Mendes Mota (PR), eleito para a prefeitura de Silveiras, no interior do estado, em 2012, vai comandar o Executivo de Cachoeira Paulista a partir de janeiro de 2017.

Outros quatro casos também envolvem prefeitos, mas eles tinham outros cargos nas outras cidades. Osmar Vieira talvez seja o personagem que mais espelhe o país. Ele foi eleito vereador em Cocal, no Piauí, pelo PSDB, para o mandato 2013-2016, e agora ganhou a disputa para a prefeitura de Cocal dos Alves, também no estado do Nordeste, mas pelo PT.

Os outros exemplos são Luiz Alberto Perdomo, vice-prefeito de Herval, no Rio Grande do Sul, que será prefeito de Pedras Altas, também no Sul; Mauricio Bernardinetti, que era vereador em Indaiatuba, São Paulo, e agora comandará a prefeitura de Elias Fausto; e Joaquim Maia Neto, vereador em Palmas, no Tocantins, que se elegeu para o cargo mais alto de Porto Nacional, no mesmo estado.

Não eleitos em 2012 e eleitos em 2016

Entre os 104 vitoriosos, 89 políticos fracassaram em 2012 e voltaram com mais gana para as urnas em 2016. Casualidade ou não, todos se elegeram. Os políticos de Minas Gerais lideram essa categoria, com 14 mudanças vitoriosas de 13 candidatos diferentes – um deles abandonou Minas Gerais por Maiquinique, na Bahia. São 16 prefeitos vitoriosos, 10 vice-prefeitos e 63 vereadores.

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Tentativa frustrada

Os números levantados pela Gazeta do Povo também mostram que outros 32 políticos com mandatos eletivos que se encerram neste ano mudaram de cidade para atrair novos eleitores e acabaram sem cargo público. Esses 32 candidatos tinham cargos em 15 estados e concorreram em 16 regiões diferentes neste ano – o vice-prefeito de Centralina, em Minas Gerais, não se elegeu para a prefeitura de Itumbiara, Goiás, estado que não aparece na primeira lista.

O Paraná também entra nesse cálculo. O vereador Vanderson Jorge (PMN), de Flórida, cidade nas redondezas de Maringá, não se elegeu em Atalaia, que fica exatamente ao lado. Já Anderson Luiz Bueno (PPL), vereador de Marilândia do Sul, não conseguiu se eleger à Câmara Municipal de Apucarana. Os dois ficaram como suplentes.

Dos 32 políticos, 12 tentaram as prefeituras municipais, um a vice-prefeitura e 19 as Câmaras. O atual prefeito de Ataléia, em Minas Gerais, foi o único que tentou trocar de função, para o Legislativo, e não conseguiu se eleger vereador em Teófilo Otoni, também no estado onde nasceu João Guimarães Rosa.

Dos 12 candidatos que tentaram a prefeitura, 8 eram vereadores que não conseguiram concluir o salto.

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