O presidente em exercício, Michel Temer, dedicou boa parte da quarta-feira (27) a discussões sobre as eleições municipais de outubro. Temer continua com a disposição de não subir em nenhum palanque no primeiro turno para não provocar ciúmes ou problemas entre candidatos de partidos da base aliada.
No entanto, o peemedebista sabe que é preciso costurar o quanto antes o desenho das eleições com aliados para tentar ampliar alianças e espaço do seu partido. Além de ter recebido parlamentares no Palácio do Planalto durante o dia para tratar do tema, de acordo com interlocutores de Temer, o jantar desta noite no Jaburu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com representantes da cúpula do DEM também terá no cardápio a costura de acordo para o pleito municipal.
A ideia do presidente é fazer um mapeamento dos candidatos às eleições municipais e o foco principal é que os partidos da base aliada elejam o maior número de prefeitos e vereadores possível. No primeiro turno, a orientação “é de cada um por si”. No segundo, porém, o presidente quer que os partidos da base aliada se entendam em torno de um nome para derrotar o candidato da oposição. “Caso os dois sejam aliados do governo, paciência, quem ganhar, ganhou”, disse uma fonte.
Foco
A maior preocupação e o principal foco do Planalto é com eleição em São Paulo. Além de ser o mais importante colégio eleitoral, Temer considera que é fundamental derrotar o prefeito Fernando Haddad, do PT, partido da presidente afastada Dilma Rousseff. “De qualquer jeito o PT tem que ser derrotado”, diz um interlocutor.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, foi um dos que esteve com Temer no Planalto. Após a conversa, que oficialmente teve como tema o projeto de reforma política, o tucano minimizou o anúncio da chapa do ex-tucano Andrea Matarazzo como vice de Marta Suplicy, hoje no PDMB, e que os candidatos do PSDB são aqueles consagrados nas convenções do partido. “Em São Paulo nosso candidato é o João Doria e a partir de agora os adversários do PSDB não estão dentro do partido”, disse, ressaltando que o “principal adversário em São Paulo é o PT como continuará sendo”, completou.
Além de Aécio, que foi recebido apesar de não constar na agenda oficial, Temer esteve hoje com os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que foram recebidos à tarde, após atualização de agenda. Também foram incluídos ao longo do dia nos compromissos do presidente o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira e o deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP).