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Requião Filho e vice-presidente Michel Temer. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Requião Filho e vice-presidente Michel Temer.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A visita do vice-presidente Michel Temer ao PMDB de Curitiba , na quinta-feira (28), sinaliza uma aproximação com o grupo político do senador Roberto Requião (PMDB) e dá musculatura para a candidatura de Requião Filho (PMDB) à prefeitura de Curitiba. Antes adversários, os dois “caciques” afinaram o discurso pela unidade do partido e defenderam uma candidatura própria à Presidência da República em 2018.

A breve passagem do vice-presidente tem pouco impacto nas disputas internas do partido. Na última convenção, o grupo que fazia oposição a Requião, e chegou a comandar a legenda entre 2012 e 2014, desistiu de lançar candidatura. Na visita de Temer, o único opositor interno presente foi o deputado federal Sérgio Souza (PMDB), aliado do ex-governador Orlando Pessuti.

Apesar disso, correligionários de Requião provocaram os adversários internos, exibindo uma faixa com uma imagem de um tucano sob o sinal de proibido e os dizeres “aqui não, bicudinho, aqui é PMDB”.

Prefeitura

A passagem de Temer também reforçou as chances de Requião Filho disputar a prefeitura. O vice-presidente defendeu que o PMDB lance candidatos em cidades maiores de 200 mil habitantes e disse que o filho do senador é um candidato com boas chances de vitória. Temer também prestigiou o deputado delegando a organização do evento ao seu gabinete.

Gesto

A aproximação entre os dois ex-adversários pode ser um indicativo do tom de unidade que Temer tenta dar ao PMDB. Nos discursos, eles criticaram tanto a ideia do Estado mínimo quanto do Estado inchado.

Esse gesto de Temer chamou a atenção, uma vez que senador é um velho adversário político dentro do partido. Requião foi um dos principais articuladores da chapa que se opôs a Temer nas eleições do diretório nacional em 2007 – seu candidato era o ex-ministro Nelson Jobim.

Ele também disputou com Temer a convenção para indicar candidato à presidência da República, em 2010. Requião queria ser candidato ao cargo de presidente, enquanto Temer e seu grupo político defendiam a aliança com o PT – o que de fato aconteceu, com o próprio Temer sendo indicado pelo PMDB para a posição de vice-presidente.

Por um lado, a aproximação entre os dois ex-adversários pode ser um indicativo do tom de unidade que Temer tenta dar ao PMDB. Nos discursos durante o encontro desta quinta-feira (28), os dois “caciques” apresentaram uma visão bastante similar do que esperam para o futuro do partido, criticando tanto a ideia do estado mínimo quanto um estado inchado.

Em apenas um momento Requião deu uma leve cutucada no ex-adversário, ao dizer que discorda das políticas econômicas defendidas por Moreira Franco – principal “guru” de Temer em temas relacionados à economia.

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