• Carregando...
 | Benett
| Foto: Benett
  • Richa com os três filhos e a esposa, Fernanda
  • Osmar com as filhas Rebeca e Daniela

Os dois principais candidatos ao governo do Paraná levaram algumas palmadas dos pais, mas não usaram o mesmo expediente pedagógico com os filhos. Afirmam que é dever do Estado proteger a infância e a adolescência, mas são contrários à Lei da Palmada, que torna crime qualquer coação física por parte dos pais.

A realidade dos candidatos guarda semelhança com a vivência da maioria dos curitibanos. De acordo com pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, 66% dos entrevistados são contrários à lei e nove em cada dez pessoas ouvidas disseram já ter levado uma palmada dos pais. A diferença fica no tratamento com os filhos. Enquanto os políticos dizem sempre resolver a situação no diálogo, 70% dos curitibanos admitem que recorrem às palmadas de vez em quando.

Na prática, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PT) veem a questão das palmadas da mesma maneira. Richa diz ter dúvidas quanto aos efeitos da lei. "Não sei se o Estado precisa interferir nesse nível na vida das famílias. Acho que seriam mais produtivas campanhas de conscientização", afirma.

Para Osmar, a lei pode até ser considerada inconstitucional, apesar da boa intenção. "Invade uma prerrogativa dos pais. Parece difícil distinguir um toque mais enérgico dos pais de um ato de violência", diz Osmar. Para ambos, a educação e a conscientização são uma aposta mais acertada do que a simples proibição, que poderia entrar no rol das leis que "não pegaram".

A história de infância dos dois também é semelhante. Para Richa, as palmadas não eram frequentes. O candidato do PSDB conta que ele e os irmãos chegaram a levar alguns tapas da mãe algumas vezes, por causa dos estudos. Só que o pior castigo para o candidato era mesmo a proibição de jogar bola na pracinha próxima à casa da família, em Londrina.

O castigo geralmente era aplicado pela mãe do candidato e não pelo pai, o ex-governador do Paraná José Richa, que estava constantemente em compromissos políticos. "Enérgica era minha mãe, que tinha função de educadora, cobrava muito, ficava irritada quando a lição não estava bem feita ou quando a professora chamava para falar dos filhos", lembra Beto Richa.

Pai de três filhos, o candidato tucano diz que o cenário se repete hoje, na sua própria casa. "A Fernanda é mais enérgica, mas, por outro lado, é mais companheira dos meninos", diz. "Ela não dorme enquanto o último filho não volta para casa. É muito atenciosa, compensa as poucas vezes em que é mais enérgica com muito carinho que dá para os filhos."

Para Osmar Dias, a sorte foi ter sido o irmão mais novo. "Era uma família de muitos irmãos. Minha mãe foi ficando menos severa com o tempo. Os mais velhos sofreram um pouquinho mais", conta o senador.

Segundo ele, a palmada era uma forma aceita de educação. "Era uma outra época de uma família simples do interior. Os pais queriam o melhor para os filhos e eram rígidos ao tentar mostrar isso."

Pai de duas filhas, Osmar diz que não usou as palmadas com as meninas. "Elas sempre foram muito comportadas. E, quando tivemos problemas, sempre buscamos solucionar as coisas pelo diálogo", diz Osmar.

Rebeca Dias, 28 anos, filha caçula do senador, confirma a palavra do pai. "Ele sempre foi um paizão, do tipo protetor. Lá em casa, minha mãe que era mais rigorosa mesmo", diz Rebeca.

Interatividade

Os candidatos estão certos ao criticar a Lei da Palmada?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]