Embora sua cotação para assumir um ministério de Lula tenha diminuído após o tapa televisado que desferiu contra uma mulher no dia da diplomação dos eleitos, o deputado Reinhold Stephanes ainda tem chances de ir para a Saúde. Ele conta com esta possibilidade, pois acredita ter o apoio do PMDB para representar a cota do partido no governo Lula.
Se isto acontecer, o governo do Paraná tem toda a chance de continuar gastando metade do que deve em saúde pública. É que Stephanes conforme entrevista à Gazeta também é condescendente com a idéia de que podem, sim, ser contabilizados os gastos com saneamento para perfazer os 12% da receita orçamentária exigidos pela Constituição para saúde.
Para Stephanes, o assunto "deve ser muito discutido e regulamentado por lei federal" ou seja, no seu entendimento, enquanto não for discutido e regulamentado, é plausível achar que os investimentos em saneamento básico entrem no bolo. "Saneamento é saúde, principalmente nas áreas pobres. Diminui as doenças. É saúde."
Não se discute que saneamento é saúde. Mas não é este o espírito da lei que definiu o porcentual que deve ser aplicado no setor. Caso contrário, poder-se-á, a partir do mesmo elástico raciocínio, contabilizar os gastos com esporte e lazer que fazem tão bem à saúde! como se estivessem no espírito da lei. Aliás, o próprio governador, em seu discurso de posse, deu uma "deixa" para ampliar ainda mais o absurdo conceito. Disse ele: "Energia elétrica é saúde." O que pode significar que, além dos gastos da Sanepar, também os da Copel entrarão no cálculo.
Olho vivo
Cobrança indevida O governador eleito do Distrito Federal, José Roberto Arruda, irritou-se com Requião, dia 1.º, durante a solenidade de posse do presidente Lula. O governador do Paraná criticou Arruda por ter nomeado o ex-prefeito de Curitiba e deputado eleito Cassio Taniguchi para o secretariado dele. Na versão de alguns circunstantes, ouviu uma resposta igualmente pouco cortês do colega brasiliense.
Nepotismo 1 O que mais desagrada aos eleitores em relação ao governo Requião? É o nepotismo, segundo apontou a sondagem da Paraná Pesquisas publicada anteontem. Para 85,1% dos entrevistados, a contratação de parentes do governador para cargos públicos é o aspecto mais negativo de sua administração. Em segundo lugar, de acordo com a pesquisa, aparece o relacionamento do governo com a imprensa, considerado negativo por 56,1%.Nepotismo 2 Apesar disso, pelo menos três parentes já estão confirmados em seu cargos nesse novo mandato: a mulher, Maristela, no Museu Oscar Niemeyer, e os irmãos Eduardo e Maurício, no Porto de Paranaguá e na Secretaria da Educação. E apesar, também, de continuar tramitando no Ministério Público o processo iniciado pelo presidente do PPS paranaense, Rubens Bueno, exigindo pressa nas providências para "desprivatizar o espaço público da família Requião."
Continua Apesar do constrangimento por ter recebido uma reprimenda pública de Requião, o secretário de Obras, Luiz Caron, não será demitido e nem pedirá demissão. No máximo, vai mudar de posto, mas permanecerá no governo, segundo prevêem alguns conhecedores dos métodos do Palácio Iguaçu. No seu lugar poderá assumir o deputado (não reeleito) Rafael Greca.
************
"NÃO ENTRO NESSA DE QUE O BRASIL NÃO CRESCEU NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS."
Do governador Roberto Requião, reconsiderando as críticas à política econômica de Lula.
************
celso@gazetadopovo.com.br
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”