Novas denúncias contra o empresário Fernando Sarney complicaram ainda mais a permanência de José Sarney (PMDB-AP) à frente do Senado. Depois de ver o filho indiciado na última quarta-feira por supostos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha, agora o presidente do Senado se depara com a acusação de que a Instituto Mirante, ONG criada por Fernando, recebeu R$ 250 mil da Eletrobrás entre 2006 e 2007. Conforme matéria publicada neste sábado pela Folha de S.Paulo, com base em informações da Polícia Federal, o empresário beneficiava empresas privadas em contratos com estatais no setor elétrico, politicamente comandado por aliados de seu pai.

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A PF também aponta Luzia Campos de Sousa, secretária do Conselho de Administração do Instituto Mirante e única funcionária da São Luís Factoring, como agente financeira de Fernando. Na última quinta-feira, ela foi indiciada por gestão irregular de instituição financeira, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Outro indiciado foi João Odilon Soares Filho, tesoureiro do Instituto Mirante. Ele é sócio minoritário da São Luís Factoring, cuja proprietária é a mulher de Fernando Sarney, Teresa Murad, igualmente indiciada por gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

O Instituto Mirante foi criado em 2004 como entidade sem fins lucrativos. Funciona no mesmo endereço do Sistema Mirante em São Luís (MA), grupo de comunicação que controla uma afiliada da TV Globo, rádios e um jornal. O principal dirigente do conglomerado é Fernando Sarney.

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De acordo com o Ministério da Cultura, o instituto recebeu pela Lei Rouanet R$ 150 mil da Eletrobrás em janeiro de 2007. A soma foi destinada à realização de festas. Em abril de 2006, a estatal já havia patrocinado, com R$ 100 mil, uma festa do carnaval maranhense. O contrato desta festa com a Eletrobrás foi assinado por Fernando Sarney. Há uma ligação entre o Instituto Mirante e o suposto desvio de dinheiro da Petrobras pela Fundação José Sarney. Entre 2005 e 2008, a empresa repassou R$ 1,34 milhão para a recuperação do acervo de livros e do museu da fundação.

À Folha, Fernando negou a acusação. A reportagem não conseguiu localizar Luzia Campos de Sousa e João Odilon Soares Filho. A assessoria de imprensa da Eletrobrás não respondeu aos questionamentos feitos pelo jornal.

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