Elogiado por integrantes da bancada do PSDB, o ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT-DF), Claudio Monteiro, chorou durante seu depoimento na CPI do Cachoeira, nesta quinta-feira (28).
A reação de Monteiro ocorreu logo após o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) dizer que não teria nenhuma pergunta a fazer ao depoente. "Hoje, eu diria que vossa senhoria sai daqui com a cabeça erguida. Que a postura de vossa senhoria é a que se espera de alguém que tenha caráter", disse o deputado tucano, seguido de aplausos por parte de integrantes da comissão.
Monteiro deixou o cargo de chefe de gabinete do governador Agnelo no início de abril, após escutas da Polícia Federal apontarem suposta ligação entre ele e integrantes do grupo de Cachoeira. Ele se diz alvo de uma disputa política.
No início da sessão, Monteiro apresentou documentos colocando à disposição a quebra de seus sigilos bancários, fiscal e telefônico, e dos três filhos. Mesmo respaldado por um habeas corpus, que concede o direito de permanecer em silêncio, Monteiro decidiu responder às questões dos integrantes da CPI.
Ele afirmou ainda nunca ter se encontrado ou tido contado com o empresário Carlos Cachoeira, preso desde o último dia 29 de fevereiro, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais.
"Cadê o rádio? Qual foi a licitação que interferi? Qual tráfico de influência exerci? Ninguém desse grupo [do Cachoeira] fez parte dos quadros do Distrito Federal", afirmou Monteiro.
Entre as suspeitas contra ele, está a de ter recebido um rádio Nextel, aparelho que também foi distribuído para outros integrantes do grupo de Cachoeira.Trechos das gravações também apontam diálogo entre o então diretor da construtora Delta na região Centro-Oeste, Claudio Abreu, e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos principais auxiliares de Carlinhos Cachoeira.
Nas conversas os dois teriam acertado o pagamento de R$ 20 mil e mais R$ 5 mil mensais para Claudio Monteiro que facilitaria uma indicação do nome de interesse do grupo na direção do SLU (Serviço de Limpeza Urbana) de Brasília.
Ainda segundo a Polícia Federal, Monteiro teria ajudado o grupo do Cachoeira a se infiltrar no governo do Distrito Federal. "Posso lhe assegurar que o senhor Carlos Cachoeira nunca ligou para o gabinete do governador Agnelo Queiroz", afirmou o ex-assessor de Agnelo.
Monteiro, no entanto, não afasta a hipótese de ter recebido recursos para campanha de 2010 de empresas ligadas à Cachoeira. O ex-assessor de Agnelo disputou nas últimas eleições uma vaga para a Câmara Distrital do Distrito Federal. "Não posso afastar essa hipótese. Mas se isso aconteceu ocorreu sem o meu conhecimento, sem a minha aceitação", afirmou.
Durante depoimento na CPI, Monteiro também confirmou que se encontrou por duas vezes com Cláudio Abreu, ex-diretor regional da Delta Construções, para discutir contrato de lixo com o governo. Ele não deu detalhes das conversas.
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