O deputado estadual Elton Welter (PT) afirmou, em entrevista à imprensa na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), na tarde desta terça-feira (22), que houve pressão para a eleição do ex-deputado Fabio Camargo para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas (TC-PR). Ele é o primeiro parlamentar a confirmar essa possibilidade, já que o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB) e o líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), negaram ter sido pressionados.
Segundo Welter, a pressão e a influência externas foram grandes e ele admitiu ter recebido ameaças. Quando questionado em relação a essas, respondeu que "a palavra [ameaças] fala por si. Todo mundo tem medo do poder judiciário", disse. Ele não negou que essas ameaças possam ter relação com algum processo que corre contra ele no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
O deputado confirmou que tinha medo, já que, na época da eleição, "os recados eram muito claros" e buscavam fazer com que ele votasse em Fabio Camargo. Welter negou que tenha recebido qualquer pressão para votar no outro candidato à vaga de conselheiro, Plauto Miró (DEM). Ele também revelou que outros parlamentares da Alep o pressionaram, mas o petista se recusou a dar nomes por não ter provas suficientes. O deputado destacou, no entanto, que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está no caminho certo.
O assunto da eleição para o TC voltou a repercutir na Assembleia depois que a Procuradoria-Geral da República pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastamento do ex-deputado Fabio Camargo, eleito conselheiro do TC. O pedido foi feito no inquérito que investiga suposto tráfico de influência do pai dele, Clayton Camargo, que era presidente do Tribunal de Justiça na época da eleição, e teria usado o cargo para influenciar o resultado.
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