Em ano eleitoral, as indefinições sobre a disputa pela prefeitura de Curitiba – que hoje conta com 11 pré-candidatos – podem interferir na composição das cadeiras na Câmara Municipal. Hoje, a maioria dos vereadores está na base de apoio ao prefeito Gustavo Fruet (PDT), mas a configuração pode mudar caso Ratinho Júnior (PSC) aceite ser candidato ou Rafael Greca (PMN) aceite o convite para se juntar ao DEM para disputar o cargo. Neste caso, seis vereadores do PSC e outros dois do DEM deixariam o apoio à Fruet.
Com várias possibilidades na disputa pela prefeitura, os vereadores também aguardam um posicionamento de seus partidos sobre as chapas para as eleições proporcionais, que podem interferir nos votos de legenda. A tendência é que estas definições sejam feitas mais próximas às eleições, mas a preocupação começa desde já. “É um mosaico que vai ter que se estruturar até o começo do próximo mês, mesmo sem as definições”, explicou o líder do governo na Casa, Paulo Salamuni (PV).
A conversa nos bastidores é que pelo menos quatro vereadores já estariam buscando novas legendas, aproveitando a “janela” regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que se fecha no dia 2 de abril. Com a aprovação da minirreforma eleitoral, quem for disputar uma eleição deverá estar filiado a partido político somente seis meses antes do pleito. O prazo anterior era de um ano. Para não perder seus mandatos, os candidatos foram beneficiados pela chamada “janela da infidelidade”, que permite a desfiliação nos 30 dias anteriores ao fim do prazo de filiação – ou seja, dia 2 de março.
PDT seria o maior beneficiado
De acordo com os vereadores entrevistados pela Gazeta do Povo, o maior beneficiado pelo “troca-troca” eleitoral seria o partido do prefeito e candidato à reeleição Gustavo Fruet, o PDT, que formaria um “chapão do poder” na disputa. Entre os vereadores que devem procurar o partido estão os petistas Jonny Stica e Pedro Paulo, que devem deixar o Partido dos Trabalhadores no próximo mês.
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Leia a matéria completaJonny Stica confirmou que está conversando com outros partidos, mas que não há definições sobre o seu futuro. “Vou deixar para decidir mais próximo da data”, disse. O vereador Pedro Paulo foi procurado pela reportagem mas não atendeu as ligações. Outros dois vereadores que estariam estudando deixar seus partidos são os vereadores Luis Felipe Braga Côrtes (PSDB) e Dirceu Moreira (PSL). Procurados pela reportagem, nenhum dos dois vereadores retornou as ligações.
O PV, um dos partidos da base de Fruet, não deve acolher os vereadores com mandato para não tirar chances das lideranças e apostas da legenda. De acordo com o vereador Cristiano Santos (PV), o partido já definiu que não deve receber vereadores com mandato, para não prejudicar os que já fazem parte da legenda. Porém, uma das vagas pode ficar em aberto, caso o vereador Paulo Salamuni seja escolhido como vice na chapa de Fruet. O vereador não confirmou que seu nome seja o escolhido, mas enfatizou que o PV teve um trabalho importante na base do atual prefeito e que seu nome deve ser levado em consideração na hora da escolha. “Este já é meu sétimo mandato como vereador, sou servidor de carreira. Esta é uma questão que será discutida com o grupo, mas a experiência já tenho”, comentou.
Outra troca que pode acontecer nos próximos meses é a saída do vereador Paulo Rink, hoje no PR, por infidelidade partidária. Isso porque Rink deixou o PPS, partido pelo qual se elegeu em 2012 e o primeiro suplente, Diogo Busse (PPS), entrou na Justiça em busca da vaga. De acordo com a legislação eleitoral, a vaga de Rink na Câmara de Vereadores pertence à legenda. Rink já afirmou que foi aconselhado pelos advogados a não comentar o caso.
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