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A presidente Dilma Rousseff participou de um evento no Palácio do Planalto que reuniu a cúpula do PSD em ato de apoio ao seu segundo mandato | Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação
A presidente Dilma Rousseff participou de um evento no Palácio do Planalto que reuniu a cúpula do PSD em ato de apoio ao seu segundo mandato| Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República / Divulgação

A presidente reeleita Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (5) que, passadas as eleições, é hora de desmontar palanques e unir os partidos em torno do seu segundo mandato. Sem citar casos específicos, a presidente disse que qualquer "ressentimento por parte de quem perdeu" mostra incompreensão do "processo democrático". "Desmontar os palanques significa perceber que em toda democracia disputam propostas e visões as mais diferentes e isso é levado ao escrutínio popular. O povo considera o que será a proposta que ganhará majoritariamente apoio. Isso significa ter consciência do que é a democracia. Há que saber ganhar, como há que saber perder", disse Dilma.

A presidente participou de um evento no Palácio do Planalto que reuniu a cúpula do PSD em ato de apoio ao seu segundo mandato. Durante o seu discurso de agradecimento, Dilma comentou o processo eleitoral e citou suas principais promessas de campanha. O evento serviu para o PSD endossar o apoio ao segundo mandato de Dilma e cacifar o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, a assumir um posto estratégico na Esplanada dos Ministérios. Kassab é cotado para o Ministério das Cidades.

A presidente voltou a falar em diálogo e disse que a atitude do vencedor não pode ser de soberba em relação ao adversário. "A atitude do ganhador não pode ser de soberba, de ser o último grito de visão política. [...] Qualquer tentativa de retaliação por parte de quem ganhou ou ressentimento por parte de quem perdeu é uma incompreensão do processo democrático", disse.

Para a presidente, é normal que as diferenças sejam ressaltadas durante as campanhas eleitorais, mas que passado esse período, é preciso voltar a unir os partidos em prol do país, sem abrir mão das convicções e posições de cada um. "Nosso compromisso é mudar o ritmo da discussão.

Se o nosso ritmo era de mostrar as diferenças, nós agora temos que fazer a trajetória inversa. Isso ocorre em qualquer democracia moderna no mundo", disse.Em uma sinalização de que pretende melhorar sua relação com o Congresso, Dilma afirmou que o embate político baseado no diálogo será feito na Câmara e no Senado. "Temos que dialogar com todos os setores. Com os movimentos sociais, com as centrais sindicais, enfim, temos que ter abertura para a conversa. E o espaço privilegiado de articulação política é o Congresso", disse.

Economia

Durante seu discurso, Dilma afirmou que a aceleração do crescimento da economia será uma das principais metas do seu segundo governo. A fala é uma tentativa de acalmar o mercado no momento em que a sucessão do comando do Ministério da Fazenda é aguardada por todo o setor financeiro. "Quero dizer quais são os principais pontos para essas mudanças em termos de metas: aceleração do crescimento, combate à inflação, preservação da responsabilidade fiscal, continuidade da expansão do emprego e da renda e da inclusão social. É em cima desses pontos mais simples que se dá o nosso processo", disse.

Ao final do evento, Dilma afirmou que só anunciará quem substituirá o ministro Guido Mantega após a reunião do G20, que acontecerá na Austrália em 15 e 16 de novembro. A presidente disse ainda que não escolheu o nome que ocupará o cargo.

Kassab sinaliza que quer mais espaço no governo Dilma

Mesmo sem falar especificamente que pasta pretende ocupar no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, sinalizou que o partido quer ter participação direta no governo, ampliando seu espaço. "Encerrado esse seu primeiro governo, participamos da sua campanha de reeleição e daí vamos governar juntos, sob o comando da presidente Dilma, portanto, vamos aguardar que ela defina a composição do seu governo", declarou Kassab, em entrevista nesta quarta-feira após declarar apoio e solidariedade ao governo.

Questionado se Henrique Meirelles, que é filiado ao PSD, poderia ser indicado pelo partido para o Ministério da Fazenda, Kassab desconversou: "a composição do governo não terá indicação partidária. Caberá à presidente Dilma Rousseff compor o governo da melhor maneira possível e segundo a sua visão".

Kassab não fala explicitamente, mas já teria manifestado a interlocutores que gostaria de ser indicado para o polpudo Ministério das Cidades. O secretário das Micro e Pequenas Empresas. Guilherme Afif Domingos, que também é do PSD e ocupa uma vaga de ministro, é considerado cota da presidente e não do partido.

A expressão "vamos governar juntos" foi repetida várias vezes por Kassab. Ele fez questão de mostrar a diferença de participação do PSD no primeiro para o segundo mandato, sugerindo que tem direito mesmo a mais espaço agora. "O PSD, desde o primeiro momento, deixou claro que não iria participar de seu primeiro mandato, até porque não participamos da sua eleição. Cumprimos o nosso compromisso com a nação brasileira, para mostrar que era um partido que nascia não para ser governo, mas para ser partido", comentou. E emendou: "quem comanda o governo é a presidente. Portanto, cabe a ela definir quem será sua equipe e de quais partidos".

Segundo Kassab, a bancada do PSD "fará parte da base de apoio do governo e, portanto, estará junto com o governo participando da discussão dos projetos e do seu encaminhamento, sabendo convergir, sabendo divergir, mas sabendo antes de mais nada estar ao lado do governo da presidente Dilma". Kassab admitiu ainda que o PL "poderá sim constituir um bloco conosco". Mas ressalvou que, "no momento, o PSD está aqui dando o seu apoio renovado a presidente".

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