Dilma Rousseff em um de seus passeios de bicicleta que têm se tornado frequentes.| Foto: Ed Ferreira/Folhapress

Com a popularidade em baixa, diversos políticos têm buscado nas últimas semanas se apresentar publicamente de uma forma mais “humana” para ganhar pontos positivos diante da população. É o caso, por exemplo, da presidente Dilma Roussef (PT), que foi flagrada diversas vezes andando de bicicleta nos arredores do Palácio do Planalto, em Brasília. O governador do Paraná Beto Richa (PSDB), por sua vez, postou fotos em sua página oficial no Facebook doando sangue e recebendo no Palácio Iguaçu um garoto.

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Presença constante nas redes sociais dá vantagem eleitoral

Uma das formas de se aproximar do eleitorado é através das redes sociais. Atualmente, as campanhas eleitorais estão custando cada vez mais caras e determinados materiais – como os cavaletes – acabam não sendo mais uma opção viável aos candidatos.

Para o professor de Relações Públicas e especialista em marketing pessoal e político Marcos Zablonsky, o uso das mídias sociais é uma tendência. “Eles [candidatos] já perceberam na eleição passada que chegar atrasado nas mídias sociais foi um problema”, diz. Segundo ele, faltou traquejo e o eleitor acabou enxergando algumas contas nas redes sociais apenas como oportunismo eleitoral.

“É um processo de construção de imagem, de posicionamento, para que quando chegue o período eleitoral essas marcas já estejam consolidadas e não deem a sensação de que ele apareceu de repente”, explica Zablonsky.

Nessa perspectiva, de acordo com ele, o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) pode levar vantagem sobre os oponentes na eleição de 2016. “O nosso prefeito está constantemente andando de bicicleta e participando de atividades e eventos que têm esse apelo popular”, diz. “O prefeito tem um cuidado de, desde o ano passado, ter o próprio Facebook.”

Legislativo

De acordo com Zablonsky, o Poder Legislativo no Paraná ainda pode avançar em relação ao uso das mídias sociais para se aproximar da população. Para ele, a comunicação institucional da Câmara Municipal de Curitiba e da Assembleia Legislativa do Paraná ainda pode ser melhorada nas mídias sociais.

Ele considera por exemplo, que a Assembleia, embora tenha site, ainda usa de forma incipiente as redes sociais como o Facebook. É um canal que está a disposição e todo mundo utiliza.” (KK)

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), faz isso há mais tempo. No dia da posse, em 2013, por exemplo, o prefeito chegou de bicicleta para a cerimônia.

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De acordo com o professor de Relações Públicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Marcos Zablonsky, especialista em marketing pessoal e político, a estratégia não é nova. “Se a gente voltar lá atrás, o [ex-presidente Fernando] Collor também fazia isso. Todos os domingos ele saía da Casa da Dinda, colocava uma camiseta e corria; e centenas de pessoas corriam atrás dele. É uma forma que eles têm de buscar essa humanização e essa aproximação com o eleitorado”, afirma.

É uma forma que eles têm de
buscar essa humanização e essa aproximação com o eleitorado. Eles ainda têm três anos de governo.
Começaram um novo governo
e começaram mal.

Marcos Zablonsky, professor de Relações Públicas da PUCPR e especialista em marketing pessoal e político.

As iniciativas dos governos estadual e federal são motivadas pela má fase que ambas as administrações passam. “Eles ainda têm três anos de governo. Eles começaram um novo governo e começaram mal”, diz Zablonsky.

Na esfera federal, Dilma começou o mandato com os ajustes fiscais e descumprindo promessas de campanha. No Paraná, o governador Richa enfrenta uma crise de popularidade causada pelo pacote de aumento de impostos aprovado em dezembro, pelo escândalo na Receita Estadual, pelo confronto entre professores e Polícia Militar no Centro Cívico em 29 de abril, entre outros motivos.

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“Ele [Richa] vai fazer uma agenda positiva, resgatar um pouco da sua imagem para tentar, nestes três anos de governo que faltam, deslanchar e preparar o governo para outro candidato”, diz o professor de Relações Públicas.

De acordo com Zablonsky, a estratégia utilizada por Dilma também não é novidade. “No ano passado eles tentaram fazer aqueles passeios de moto que ela [Dilma] fez com um assessor do Palácio. Ela foi duas ou três vezes, saiu em Brasília de moto”, lembra o especialista. “Às vezes a sociedade quer saber o que as pessoas com perfil de visibilidade fazem.”

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) também tem adotado técnicas de humanização para se aproximar da população. O tucano busca uma projeção nacional para se contrapor com o colega de partido Aécio Neves para disputar a candidatura à Presidência nas eleições de 2018.

No início desse mês, Alckmin perdeu o filho caçula em um acidente aéreo. De acordo com Zablonsky, apesar da intenção de não usar a tragédia para promoção pessoal, o fato sensibiliza o eleitor. “Recentemente ele foi questionado sobre como está cuidando da questão emocional. Ele disse: ‘Eu chego a rezar 20 pai-nossos por dia porque eu lembro do meu filho’.” Segundo o professor, a simples divulgação dessa frase já está humanizando o governador de São Paulo.

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