O ministro da Cultura, Gilberto Gil, fez nesta quarta-feira para a classe artística um balanço de sua gestão. O ministro esteve em São Paulo, na Cinemateca. Para ele, o ministério da Cultura saiu do isolamento e abandonou certo elitismo, conquistando espaço e fazendo com que a cultura se tornasse agente de desenvolvimento do país.
Gil destacou os Pontos de Cultura, informando que existem quase 500 no Brasil, em todos os estados, oferecendo arte, em especial teatro e dança, a um universo significativo de comunidades. Também falou do programa de recuperação de patrimônio histórico em 26 cidades e do projeto voltado ao patrimônio imaterial, citando como exemplo a compilação e gravação de sambas de roda da Bahia, que foram registrados como patrimônio cultural da humanidade com o apoio da Unesco.
Na secretaria do audiovisual, o ministro citou o projeto Toc Tv. Outros programas citados como importantes realizações em sua gestão foram o resgate da cultura popular indígena, a Fundação Palmares e a defesa da cultura popular e dos saberes tradicionais.
- Em 4 anos, o Minc abriu trilhas e estradas. Ainda há muito a avançar. Os resultados alcançados são mais que realizações de governo, são fruto de uma política de estado e vitórias da sociedade brasileira - disse Gilberto Gil.
Após o discurso, Nei Piacentini, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, tomou a palavra e foi crítico.
- Um banco usou R$ 9 milhões de isenção de impostos para trazer uma companhia internacional ao Brasil, cujos ingressos custam meio salário mínimo - disse, referindo-se ao Bradesco, que por meio da Lei Rouanet, recebeu isenção fiscal para trazer ao Brasil o espetáculo "Saltimbanco" do Cirque du Soleil.
Piacentini pediu a criação e aprovação de uma lei nacional de fomento às artes cênicas - dança, teatro e circo. Pedro Pires, do movimento "Arte contra a barbárie", também fez a mesma solicitação e acrescentou:
- Vamos deixar o mercado aos mercadores e a cultura para os artistas.
Gil anunciou no evento a liberação de uma verba de R$ 15 milhões para a Fundação Nacional da Artes (Funarte), de um montante total de R$ 29 bilhões aprovado pelo Congresso por meio de uma emenda feita no orçamento federal.
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