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O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz rebateu em seu blog a reportagem da revista "Veja" deste final de semana, que diz em matéria de capa que ele havia montado uma "máquina de espionagem" de autoridades brasileiras. O delegado classificou as informações de "mentirosas". Para ele, a publicação da reportagem foi feita de "forma bandida e irresponsável".

O G1 procurou a assessoria de imprensa da revista "Veja", mas ainda não obteve resposta.

Segundo a revista, arquivos apreendidos de computadores do delegado mostram que entre os espionados estariam o ex-ministro José Dirceu, o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, José Serra, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, senadores e até a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Protógenes ganhou notoriedade por comandar a Operação Satiagraha, que levou o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas à prisão. As investigações sobre a condução da operação revelaram que a PF usou agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o que levou à queda da cúpula do órgão.

O delegado diz em seu blog que a divulgação de informações de "forma irresponsável" já havia levado ao "desmantelamento do Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN (Gabinete de Segurança Institucional, Agência Brasileira de Inteligência; Inteligência das três forças militares - Marinha-Exército-Aeronáutica; Inteligência da Polícia Federal, e outros) (sic)"

Protógenes também afirma que em uma reportagem anterior, a revista teria divulgado um documento sigiloso e revelado a identidade de dois oficiais de inteligência da Abin, em um fato que chamou de "criminoso".

Ele diz ainda que apesar de ser investigado em inquérito policial sobre o material apreendido em sua residência, em nenhum momento foi ouvido ou teve acesso aos documentos encontrados em seus computadores, em novembro passado.

Segundo a revista "Veja", os computadores continham 63 fotografias, 932 arquivos de áudio, 26 arquivos de vídeo e 439 documentos em texto com potencial "para intimidar autoridades" –todos obtidos de forma clandestina.

Protógenes alega que não foi apreendido nenhum material em sua residência, no Rio de Janeiro. Em seu apartamento em Brasília e no hotel foi cumprido o mandado de busca e apreensão, ele afirma que poucos documentos, quase todos pessoais, foram apreendidos. Os relacionados à Operação Satiagraha estariam em seu poder porque ele estaria prestando esclarecimentos sobre a operação ao Ministério Público.

De acordo com o delegado, todos os documentos apreendidos foram obtidos durante a Operação Satiagraha pela PF legalmente. Ele negou que os documentos tenham qualquer relação com espionagem ao primeiro escalão do governo, do Judiciário e do Congresso.

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