"Se a gente tivesse recebido os R$ 10 milhões, você seria o governador do Paraná eleito em 2002."
Cila Schulman, marqueteira de campanha, a Beto Richa, sobre as denúncias de que o prefeito teria usado dinheiro público na sua tentativa de chegar ao governo do estado.
Em Brasília 1 A peleja entre Roberto Requião e Beto Richa chegou até o Congresso Nacional ontem. O deputado paranaense Luiz Carlos Hauly, do PSDB, defendeu seu correligionário em um discurso duro. Chamou Requião de "um senhor que se apropria mensalmente do maior salário entre os governadores do Brasil". E foi só o começo.
Em Brasília 2 "Para um homem público que come mamona como se fossem castanhas em audiência com o presidente da República, sendo motivo de chacota no mundo, e que se diz ser o líder supremo de um estado agrícola, o que esperar?," perguntou Hauly, no seu discurso.
Virgílio Já o amazonense Arthur Virgílio usou a tribuna do Senado para defender o ex-governador José Richa, a quem qualificou como "homem de bem, que merece o respeito dos brasileiros e dos paranaenses e não deve estar envolvido nesses achincalhes da baixa política". Disse ainda que desaprova "esses métodos do governador Requião", com quem disse se dar bem.
UFPR O Tribunal de Contas desaprovou ontem a prestação de contas de um convênio entre o governo do estado e a Universidade Federal do Paraná. A UFPR assinou o convênio para dar dois cursos para a Secretaria de Estado da Segurança Pública em 2004. O valor era de R$ 73 mil. O reitor Carlos Augusto Moreira Júnior foi multado pela demora de 452 dias para entregar a prestação de contas. O valor da multa: R$ 100.
Explicações O caso do nepotismo no Paraná ganha novo capítulo hoje. A promotora Terezinha de Jesus de Souza Signorini, responsável por apurar o caso, falará hoje à imprensa pela primeira vez depois de ter recomendado a exoneração de 29 parentes de autoridades paranaenses. A coletiva foi marcada para as 15 horas. Sobre a ação que apura o nepotismo no governo do estado, o Ministério Público ainda não agendou pronunciamentos.
Abertura A Assembléia Legislativa retoma os trabalhos hoje às 15 horas, com presença do governador Roberto Requião. Como é praxe, o governo apresentará a mensagem anual ao Legislativo. A Câmara de Curitiba também abre seus trabalhos pela manhã. Nesse caso, quem comparece é o mais novo arqui-inimigo de Requião, o prefeito Beto Richa.
Clair O PMDB convidou a ex-deputada federal Dra. Clair para ingressar no partido. O convite foi feito oficialmente pelo presidente da legenda no estado, Renato Adur, e pelo secretário-geral, João Arruda. O PCdoB também está de olho em Clair, que disputou todas as suas eleições até hoje pelo PT. O PMDB diz que ela será importante nas eleições municipais do ano que vem.
Destempero O líder do PFL na Assembléia Legislativa, deputado Plauto Miró Guimarães, lembrou ontem que o rompante do governador Roberto Requião (PMDB) contra o prefeito Beto Richa (PSDB) se deve ao fato de ter seus interesses contrariados. "Um segundo antes de anunciar o apoio à candidatura de Osmar Dias, na eleição que passou, Beto era considerado o melhor prefeito do Brasil por Requião. Mas quando os interesses do governador não foram atendidos, ele se voltou contra o prefeito. Agora, repete o feito sem propósito algum", destacou o deputado, defendendo a reação de Richa. "Era preciso se criar esse divisor e marcar posição".
Mudança A ex-chefe do Cerimonial do governo do Paraná, Gisele Gulin, mudou de lado. Agora ela é a chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa. O bom desempenho no atendimento aos pedidos feitos pelo estado a credenciou para que a transferência fosse conseguida e adotasse um novo estilo nas cerimônias oficiais do Legislativo. Hoje ela recebe, com pompas e em tenda branca ao ar livre, o ex-chefe Roberto Requião no retorno dos trabalhos dos deputados.
Pinga-fogo
O deputado estadual Luiz Carlos Martins (PDT) afirmou que o Paraná começa a ter oposição de verdade e definida a partir de agora. "Os próprios deputados vão ter que se posicionar. Quem perdeu a eleição é oposição e o Beto Richa assume papel muito importante e de bastante transparência. A gente tem de saber quem é quem", disse, referindo-se a Richa como o grande aglutinador das oposições junto ao senador Osmar Dias. Waldyr Pugliesi e Artagão de Matos Leão Júnior disputam hoje a liderança do PMDB na Assembléia Legislativa. A liderança do governo, ao que tudo indica, deverá mesmo ficar com o deputado Luiz Cláudio Romanelli. Será o prêmio de consolação para o PMDB, que perdeu a presidência do Legislativo estadual para o PFL de Nélson Justus, mesmo tendo de longe a maior bancada da Casa.
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