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Em meio a manifestações de carinho que recebeu de lideres de movimentos sociais na tarde desta quarta-feira (15), durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi chamado de "herói", de "gente boa" e de "Papai Noel dos gays".

A sequência de elogios foi declarada pelo representante do movimento LGBT [Lésbiscas, Gay, Bissexuais, Travestis ], Toni Reis.

Homenageado na última semana com o Prêmio de Direitos Humanos concedido pelo governo, Reis elogiou políticas implementadas pelo governo do presidente Lula para acabar com a discriminação contra homossexuais.

Ele convidou Lula para participar da 2ª Marcha Nacional Contra a Homofobia, em 2011, e encerrou seu discurso com elogiando o presidente: "Você é um herói, você é um gente boa, você é o Papai Noel dos gays."

O próprio presidente, que está em plena agenda de despedida do governo, agradeceu as homenagens recebidas e lembrou o tempo em que, segundo ele, integrantes de movimentos sociais não eram recebidos pelo presidente da República.

"Antigamente, o presidente não se reunia com prefeito, com reitor, com sindicalista, com estudante... Não se criou o hábito. Não era possível que nós, depois de recebermos o carinho de vocês em 2002, que a gente não pudesse mostrar a sociedade brasileira que tinha um jeito diferente de um presidente da República, de se relacionar com o seu povo", disse Lula.

O presidente também afirmou que não sentia raiva dos manifestantes que em algum momento do seu mandato protestaram contra o governo: "O cidadão que grita, que reivindica, é o mesmo brasileiro daqueles que batem palmas."

Dilma

Falando da presidente eleita Dilma Rousseff, Lula lembrou a forma como os seus aliados reagiam quando ele começou a falar em fazer a petista sua sucessora e disse que "há três anos atrás, era praticamente inacreditável dizer que o pais iria ter uma mulher presidente da República".

"Quantas vezes eu ouvi dizer: "Esse Lula é louco. Essa mulher nunca participou de passeata, carreata, não foi vereadora, deputada. Como é que esse cara vai indicar essa mulher, ele é louco". No Brasil, não existe o hábito de se dar oportunidade para aqueles que não têm experiência", disse Lula.

Para Lula, Dilma "era infinitamente" melhor do que o "outro" candidato, mas teve dificuldades na eleição por conta do preconceito: "Pelo fato de ser a novidade, que eu entendida que deveria ser uma mulher a candidata a presidente da República do Brasil. E essa novidade emplacou. Essa novidade emplacou, não com a facilidade que deveria ter emplacado, porque ela era infinitamente melhor do que o outro. É porque ainda tivemos de enfrentar o preconceito."

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