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Servidores colocam o nome de Wilder na porta do gabiente que era de Demóstenes: posse teve quatro senadores presentes | José Cruz/ABr
Servidores colocam o nome de Wilder na porta do gabiente que era de Demóstenes: posse teve quatro senadores presentes| Foto: José Cruz/ABr

"Ele chega ao Senado em uma situação desconfortável."

Ana Amélia (PP-RS), senadora, sobre o suplente de Demóstenes Torres, Wilder Morais

Em uma cerimônia surpresa que não durou cinco minutos, o empresário Wilder Pedro de Morais assumiu na manhã de ontem o mandato de senador no lugar de Demóstenes Torres (sem partido-GO), cassado na quarta-feira por envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Somente quatro senadores participaram da posse, número mínimo previsto no regimento do Senado: Ciro Nogueira (PP-PI), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Ana Amélia (PP-RS) e Roberto Requião (PMDB-PR).

Coube a Ciro Nogueira, como único representante da Mesa Diretora, ciceronear o novo senador do DEM no plenário, apresentá-lo aos presentes e empossá-lo, pouco depois das 9 horas. Logo em seguida, Wilder deixou o Senado sem falar com os jornalistas.

"Ele chega ao Senado em uma situação desconfortável", afirmou Ana Amélia, referindo-se às suspeitas que pairam sob o novo colega: a de que ele teria omitido parte do patrimônio na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral e de que teria sido indicado para a suplência de Demóstenes por Cachoeira, conforme conversa grampeada pela Polícia Federal entre o contraventor e Wilder.

O presidente do Demo­­cratas, senador Agripino Maia (RN), afirmou que recebeu um telefonema de Wilder meia hora depois da posse. "[Wilder] está no direito dele", disse Maia sobre a posse relâmpago. Na conversa, o mais novo senador do DEM disse-lhe que vai responder a todos os questionamentos em um "curto prazo", sem precisar quando. Ele comunicou a Maia que estava em férias com a família.

Empossado, Wilder garante direito a foro privilegiado, receberá um salário de R$ 26,7 mil por mês, além de uma série de outros benefícios – como auxílio-moradia (em caso de não ocupar imóvel funcional) e cota de combustível.

Bate-boca

Um fato inusitado envolvendo o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPMI do Cachoeira, e Wilder ocorreu ontem. O deputado petista bateu boca com um falso perfil de Wilder no microblog Twitter. Enquanto o novo senador tomava posse, Paulo Teixeira postou no Twitter a opinião de que toda a chapa de Demóstenes deveria ser cassada: "O suplente do ex-senador Demóstenes Torres deveria ser cassado pelo fato de a vaga ter sido conquistada pela organização criminosa".

Imediatamente, um perfil falso de Wilder, que se registrou como "@wilder_morais", contra-atacou: "Lamento muito o fato de que V. Exa. me ataca de forma grosseira e irresponsável. Responderei na tribuna aos seus ataques". O perfil falso foi denunciado por Wilder em seu próprio Twitter: @wildermorais. Logo depois, quem se fazia passar pelo novo senador tirou a página do ar.

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