Centenas de manifestantes se reuniram desde o fim da tarde de quarta-feira (16) em frente à sede da Justiça Federal em Curitiba, local onde são julgados os processos da Operação Lava Jato, para protestar contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, anunciado oficialmente pelo Palácio do Planalto. De acordo com a PM, até as 21h30, cerca de 500 pessoas se concentravam em frente à Justiça Federal, no bairro Ahú. Os organizadores, membros de vários movimentos de Curitiba e Região Metropolitana, que convocaram a manifestação pelas redes sociais, contabilizavam mais de mil pessoas nas ruas.
Protestos também foram registrados na Praça Santos Andrade, no Centro. Eder Borges, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre disse que outros atos serão marcadas durante a semana. “Estamos aqui para mostrar que não vamos aceitar o Lula ministro. Eles não vão dar um golpe”, disse. Marcelo Júnior, que faz parte do movimento Curitiba Contra a Corrupção, afirmou que o grupo protesta contra a indicação de Lula ao Ministério da Casa Civil. “Queremos o fim do foro privilegiado. Lula precisa ser julgado em Curitiba, por Moro”, disse, vestindo uma camiseta que estampava o rosto do juiz. Membro do grupo Intervenção Paraná, Valdir Lopes afirmou que a indicação de Lula foi um desrespeito à população e que, se necessário, o grupo passará a protestar em frente às sedes do Exército. “Queremos justiça e respeito. Não vamos parar de protestar e se for necessário vamos pedir ajuda ao exército”, afirmou.
Renúncia de Dilma e apoio a Moro
Manifestantes de diversos movimentos da capital foram às ruas pedir a renúncia da presidente e mostrar apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato. O protesto reuniu pessoas de todas as idades, que levaram panelas e faixas pedindo a prisão do ex-presidente para as ruas. A dentista Maria Cristina Simonetti foi com toda a família, ao todo sete pessoas, protestar contra a corrupção e mostrar apoio a Moro. “Estamos todos cansados com esta situação. A indicação do Lula como ministro foi o principal motivo para vir para a rua hoje, mas estamos vindo sempre. Ninguém aguenta mais ser palhaço”, disse. A farmacêutica Adriana Mattos foi com a filha para a rua, depois de receber notícias por grupos de mensagens que os manifestantes estavam se reunindo no Ahú. “Eu vi as manifestações das Diretas Já, fui pedir o Impeachment do [ex-presidente] Fernando Collor, mas nunca vi o povo tão mobilizado para mudar o país”, afirmou. “Espero que, mesmo com o foro privilegiado, Lula seja julgado. Que os ministros do STF falam alguma coisa, porque o que está em jogo é a carreira dos juizes e o nome do Judiciário brasileiro”.
Delegados pedem autonomia
O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná, Algacir Mikaloviski, esteve em frente à Justiça Federal e afirmou que a classe não aceitará o que chamou de “manobras promovidas pelo PT”. “Estamos aqui pedindo autonomia da Polícia Federal e mostrar apoio ao Ministério Público Federal nas investigações. Não aceitaremos estas manobras que estão sendo feitas pelo Partido dos Trabalhadores e não apoiaremos esta conduta”, disse.
A delegada aposentada pela Polícia Federal (PF), Ana Buffara, também foi às ruas pedir autonomia para ao PF e para a Justiça como um todo. “Vim mostrar meu apoio ao juiz Moro, que é um homem de muita coragem, e à Justiça que é a única que eu sempre servi na minha carreira”, afirmou.
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