| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Centenas de manifestantes se reuniram desde o fim da tarde de quarta-feira (16) em frente à sede da Justiça Federal em Curitiba, local onde são julgados os processos da Operação Lava Jato, para protestar contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e a indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, anunciado oficialmente pelo Palácio do Planalto. De acordo com a PM, até as 21h30, cerca de 500 pessoas se concentravam em frente à Justiça Federal, no bairro Ahú. Os organizadores, membros de vários movimentos de Curitiba e Região Metropolitana, que convocaram a manifestação pelas redes sociais, contabilizavam mais de mil pessoas nas ruas.

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Protestos também foram registrados na Praça Santos Andrade, no Centro. Eder Borges, um dos integrantes do Movimento Brasil Livre disse que outros atos serão marcadas durante a semana. “Estamos aqui para mostrar que não vamos aceitar o Lula ministro. Eles não vão dar um golpe”, disse. Marcelo Júnior, que faz parte do movimento Curitiba Contra a Corrupção, afirmou que o grupo protesta contra a indicação de Lula ao Ministério da Casa Civil. “Queremos o fim do foro privilegiado. Lula precisa ser julgado em Curitiba, por Moro”, disse, vestindo uma camiseta que estampava o rosto do juiz. Membro do grupo Intervenção Paraná, Valdir Lopes afirmou que a indicação de Lula foi um desrespeito à população e que, se necessário, o grupo passará a protestar em frente às sedes do Exército. “Queremos justiça e respeito. Não vamos parar de protestar e se for necessário vamos pedir ajuda ao exército”, afirmou.

Renúncia de Dilma e apoio a Moro

Manifestantes de diversos movimentos da capital foram às ruas pedir a renúncia da presidente e mostrar apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato. O protesto reuniu pessoas de todas as idades, que levaram panelas e faixas pedindo a prisão do ex-presidente para as ruas. A dentista Maria Cristina Simonetti foi com toda a família, ao todo sete pessoas, protestar contra a corrupção e mostrar apoio a Moro. “Estamos todos cansados com esta situação. A indicação do Lula como ministro foi o principal motivo para vir para a rua hoje, mas estamos vindo sempre. Ninguém aguenta mais ser palhaço”, disse. A farmacêutica Adriana Mattos foi com a filha para a rua, depois de receber notícias por grupos de mensagens que os manifestantes estavam se reunindo no Ahú. “Eu vi as manifestações das Diretas Já, fui pedir o Impeachment do [ex-presidente] Fernando Collor, mas nunca vi o povo tão mobilizado para mudar o país”, afirmou. “Espero que, mesmo com o foro privilegiado, Lula seja julgado. Que os ministros do STF falam alguma coisa, porque o que está em jogo é a carreira dos juizes e o nome do Judiciário brasileiro”.

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Delegados pedem autonomia

O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná, Algacir Mikaloviski, esteve em frente à Justiça Federal e afirmou que a classe não aceitará o que chamou de “manobras promovidas pelo PT”. “Estamos aqui pedindo autonomia da Polícia Federal e mostrar apoio ao Ministério Público Federal nas investigações. Não aceitaremos estas manobras que estão sendo feitas pelo Partido dos Trabalhadores e não apoiaremos esta conduta”, disse.

A delegada aposentada pela Polícia Federal (PF), Ana Buffara, também foi às ruas pedir autonomia para ao PF e para a Justiça como um todo. “Vim mostrar meu apoio ao juiz Moro, que é um homem de muita coragem, e à Justiça que é a única que eu sempre servi na minha carreira”, afirmou.