Na Assembleia Legislativa do Paraná na manhã desta sexta-feira, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), falou sobre a reforma política. Ele afirmou que vai votar mudanças no sistema político brasileiro independente do que a comissão criada para discutir o assunto decidir.
“Caso a comissão não chegue a um consenso, não entregue um relatório, vamos votar de qualquer jeito. Vamos parar o Congresso e colocar em votação. Isso vai levar o tempo que for necessário”, disse Cunha.
O projeto que o deputado deve colocar em votação é a Proposta de Emenda à Constituição 352/2013 (PEC 352), uma proposta de reforma apresentada após os protestos de junho de 2013. Essa PEC mantém o financiamento privado, com novas regras, modifica o sistema proporcional vigente, com a criação de distritos com entre quatro e sete cadeiras em cada estado, facilita a criação de novos partidos e cria uma cláusula de barreira: se não receber 5% dos votos para deputado federal, o partido perde acesso à TV e os recursos do fundo partidário.
Em entrevista antes da audiência pública, Cunha voltou a criticar o ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS-CE), e disse que pretende processá-lo. “O ex-ministro Cid Gomes é um desqualificado. Teve o destino que ele queria ter ao ser demitido. A Câmara o está processando. E eu não vou bater boca com aquele que se acha inimputável. Ele se acha um indígena. Então efetivamente ali é um caso de processo judicial”.
Ele também criticou o PT por ter obstruído a votação da PEC 352, e disse que a reforma política não andou na Câmara porque o PT não tinha interesse que ela andasse. Ele também criticou as medidas anticorrupção propostas pelo Planalto. “Até agora, chegou à presidência dois pedidos de urgência, um para uma matéria que tramita há quatro anos, outra para uma matéria que tramita a dez anos. Se tramita a dez anos na Câmara, porque só agora se tornou urgente?”, disse.
Durante a cerimônia, um grupo se manifestou contra Cunha. O deputado federal se mostrou desfavorável ao financiamento público de campanha e um grupo da plateia começou a gritar, em uníssono: “financiamento público já!”.
Cunha está no Paraná por causa do projeto Câmara Itinerante. A cidade é o primeiro destino do projeto, que deve ter a visita de Cunha em 26 estados até o final de 2016. À noite, na quinta-feira, ele tinha agendado um culto na igreja Assembleia de Deus (da qual é seguidor).
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