Em encontro, o governador do Paraná Beto Richa foi elogiado por José Serra| Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

Em Curitiba nesta segunda-feira (11) para dar uma palestra na Associação Comercial do Paraná (ACP), o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) evitou falar sobre política e não disse se será candidato nas eleições do ano que vem. "O importante é ter uma candidatura forte, independentemente de quem seja", disse. Ao mesmo tempo, não poupou críticas ao PT e ao governo federal, ao qual chamou de "incompetente".

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Entre as críticas, o tucano alfinetou o governo dizendo que ele foi "salvo pela incompetência" ao adiar o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV ou trem-bala) por um ano, já que o projeto seria um "absurdo", que demandaria muito dinheiro que poderia ser investido em outras formas de mobilidade.

Ele criticou ainda a participação do Brasil no Mercosul e disse que era contra a entrada no bloco desde o governo Fernando Henrique Cardoso. "Se um dia for presidente, vou rever o funcionamento do Mercosul", afirma. Segundo ele, mesmo com a participação no bloco comercial, as restrições alfandegárias continuam, não há livre comércio e permanece a necessidade da aprovação dos outros países membros, o que seria prejudicial nas relações bilaterais do Brasil.

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Em relação ao Paraná, Serra elogiou o governo do estado e afinou o discurso com o governador Beto Richa (PSDB) – que também participou da palestra sobre economia brasileira. Os dois concordam, por exemplo, em criticar o direcionamento de investimentos do governo federal aos estados – nesse sentido, seria um erro, citou, o Paraná ser um dos que menos recebem recursos sendo um dos maiores contribuintes da União.

Richa comemorou a liberação de três dos sete empréstimos solicitados pelo Paraná pela Secretaria do Tesouro Nacional, na última sexta-feira (8). Os empréstimos ainda terão que passar por outros trâmites antes de chegarem ao estado. Richa disse que a verba vai "trazer melhorias" e criticou a demora na liberação.Serra nega crítica ao PSDB

Serra também comentou a crítica que fez na sexta ao PSDB e que desencadeou uma crise no partido. Ele negou, nesta segunda, que a crítica tenha sido direcionada a Aécio Neves, senador mineiro e provável aposta do partido para concorrer à presidência. Ele havia dito que o PSDB sofre da necessidade de ser aceito pelo PT, que foi rebatido, em seguida, por Aécio.