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Aécio afirma que vai "reestatizar" a Petrobras e "acena" ao PMDB
Folhapress
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu ontem a "reestatização da Petrobras" para reconquistar a confiança dos investidores estrangeiros. Durante palestra para empresários em Porto Alegre, o tucano, principal nome do PSDB para concorrer à Presidência em 2014, afirmou que é necessário "tirar a empresa das garras do partido", em referência ao PT, para devolvê-la ao Estado brasileiro. Aécio e 11 tucanos estiveram ainda na casa do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para tentar atrair o partido do vice-presidente Michel Temer. O apoio do PMDB no Rio Grande do Sul é disputado pelo PSDB e pelo PSB de Eduardo Campos. Para Simon, ainda é "muito cedo" para definir qualquer aliança para 2014.
Em visita a Curitiba para falar a empresários na Associação Comercial do Paraná (ACP), o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) procurou ontem pôr panos quentes na polêmica com Aécio Neves (PSDB) e disse que o partido estará unido em 2014. Na sexta-feira, Serra havia acusado o próprio partido tentar "ser aceito pelo PT". Ele também fez críticas indiretas ao senador mineiro que vem adotando como bandeira temas que a população identifica como obra do PT (Aécio vem propondo, por exemplo, melhorias no Bolsa Família). Ontem, Serra disse que a crise interna é "fofoca desnecessária". Afirmou ainda que apenas falou "coisas do PSDB úteis para poder enfrentar o PT".
Serra também evitou comentar sobre suas pretensões para disputar em 2014 a Presidência pelo PSDB que tende a lançar Aécio. O paulista se limitou a dizer que o partido estará unido qualquer que seja o candidato. Aécio ontem adotou o mesmo discurso. No Rio Grande do Sul, disse que os tucanos vão estar juntos para apresentar uma proposta ao país. Nos bastidores, especula-se que as declarações da semana passada de Serra foram uma resposta à pretensão de Aécio de antecipar a escolha dele como candidato à Presidência.
Críticas ao governo
Em sua palestra na ACP, Serra voltou a criticar o governo federal, batendo principalmente na falta de investimento em infraestrutura e apontando um suposto processo de desindustrialização do país temas que já abordara na campanha eleitoral de 2010, quando foi candidato a presidente.
O ex-governador também criticou o projeto do trem-bala entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Para ele, o dinheiro a ser investido na obra R$ 75 bilhões seria melhor usado na construção de obras de mobilidade nas grandes cidades. Serra disse ainda que o Brasil foi "salvo pela incompetência do governo", já que a obra ainda não saiu do papel.
O tucano criticou também o programa Mais Médicos, que considerou um "golpe de natureza publicitária" porque não resolverá os problemas da saúde. Também condenou a permanência do Brasil no Mercosul dizendo que deixar o bloco seria sua primeira atitude como presidente.
Afagos
Durante sua passagem por Curitiba, Serra também elogiou a gestão do governador Beto Richa, seu colega de partido, e criticou a relação do governo federal com o estado. "Tenho a lamentar os baixos investimentos federais [no Paraná]. Há programas federais que só estão fechados para o Paraná, que está sendo prejudicado. Isso é errado como princípio, do ponto de vista republicano, e também do ponto de vista econômico", disse.
Já Richa afirmou que Serra era um "motivo de orgulho" para o PSDB e que a existência de duas possíveis candidaturas à Presidência é um "problema bom" para o partido. Richa disse ainda que considera Aécio internamente mais forte no atual momento, mas que é cedo para escolher um candidato.
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