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“Hoje, o ICMS é recolhido nos estados consumidores, não no estado gerador. Isso é absurdo, e nós precisamos tomar com o pré-sal o cuida­­do que não tivemos com Itaipu.”, Jonel Chede, presidente do Movimento Pró-Paraná | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
“Hoje, o ICMS é recolhido nos estados consumidores, não no estado gerador. Isso é absurdo, e nós precisamos tomar com o pré-sal o cuida­­do que não tivemos com Itaipu.”, Jonel Chede, presidente do Movimento Pró-Paraná| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Pela força do estado

O Movimento Pró-Paraná, fundado em 2001 pelo então presidente-diretor da Rede Paranaense de Comunicação, Francisco Cunha Pereira Filho, falecido neste ano, sempre teve como meta promover e desenvolver a identidade do estado. Entre as várias ações desenvolvidas pela entidade está o fortalecimento do Paraná perante a União e os demais estados, o reconhecimento do trabalho de paranaenses ilustres – por meio do prêmio Guerreiro do Paraná – e até o fortalecimento das relações do estado com os demais países, notadamente os do Mercosul. (VP)

Engenheiro e professor

Jonel Chede é engenheiro químico formado pela UFPR, foi também professor titular de Física na mesma universidade, presidiu a Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis (ABIH). O novo presidente da Pró-Paraná atuou como vice-presidente da ABIH-Nacional e ocupou os cargos de conselheiro da Federação do Comércio (Fecomércio), do Instituto de Engenharia e do Conselho Fiscal do Centro de Convenções de Curitiba. Chede nasceu em Palmeira, interior do Paraná, em 20 de julho de 1936; é casado e tem três filhos. (VP)

Mobilidade, respeito ao meio ambiente e moralidade na política. Essas palavras resumem os desafios que o novo presidente do Movimento Pró-Paraná, Jonel Chede, terá de enfrentar a partir de hoje, quando assume a instituição para um mandato de dois anos.

Como representante máximo de uma entidade que tem como objetivo promover o desenvolvimento e a cultura do Paraná, Chede terá pela frente, entre outras, a tarefa de estimular a sustentabilidade entre empresas, pressionar a bancada paranaense no Congresso a agir com mais vontade política e ajudar a desenvolver a infraestrutura no estado. Papel que ele assume com naturalidade, apesar de entender que será difícil, pela "timidez" e "falta de memória histórica" dos paranaenses. "Se você vai a uma livraria, dificilmente você encontra uma gôndola sobre a história paranaense. Tem de outros estados e não tem da nossa", lamenta.

Confira abaixo a entrevista que Jonel Chede concedeu à Gazeta do Povo:

Quais as principais bandeiras que o senhor pretende defender à frente do movimento?

A primeira é a criação do Tribunal Regional Federal em Curitiba, uma luta da OAB do Paraná à qual o movimento é solidário. Outra é a sustentabilidade. Nós temos uma grande necessidade hoje de que haja uma conscientização, por parte dos setores público e privado, de cuidar do planeta. Temas como o efeito estufa merecem a nossa atenção. Uma terceira bandeira é a reforma política, o ponto mais importante. É preciso fazer com que os nossos representantes sejam leais, transparentes e honestos.

Quais são os desafios enfrentados hoje pelo estado em relação à infraestrutura?

Há desafios em vários setores. A mobilidade é outro ponto fundamental defendido pelo movimento. O trânsito na capital está terrível. Os aeroportos estão saturados. Precisamos de uma nova pista no aeroporto. Os portos precisam ser mais ágeis. No setor ferroviário, temos uma estrada com mais de 124 anos. Nesse último caso, é de vital importância a construção de um trecho que ligue Guarapuava e Paranaguá, e também é preciso terminar a rodovia que liga Curitiba a São Paulo [BR-116].

O movimento irá trabalhar para que o Paraná tenha participação nos royalties do pré-sal?

Sem dúvida. As riquezas do pré-sal abrangem todos os estados e municípios brasileiros. O petróleo é patrimônio da nação, então, não vejo porque três estados [SP, RJ e ES] devam ser os únicos privilegiados. Não podemos nos distrair nesse assunto, como nos distraímos na questão da energia elétrica gerada por Itaipu. Hoje, o ICMS é recolhido nos estados consumidores, não no estado gerador. Isso é absurdo, e nós precisamos tomar com o pré-sal o cuidado que não tivemos com Itaipu. O Paraná tem um grande valor, mas nós temos um problema: vencer a nossa timidez e exigir o que é do nosso direito.

Que benefícios a Copa de 2014 irá trazer a Curitiba? Como trabalhar para que a infraestrutura esportiva não tenha o mesmo fim dos complexos esportivos dos Jogos Pan-Americanos do Rio?

Eu vejo com muito entusiasmo a vinda da Copa, mas não podemos ficar só no entusiasmo, é preciso planejar, definir, construir e concretizar. Curitiba terá uma grande oportunidade de mostrar o que ela é, então, é preciso aproveitar a chance. No que se refere às obras, é preciso ter como objetivo não só o jogo, mas uma nova época. E buscar o aprimoramento, a boa comunicação. Novas culturas chegarão à cidade, então, os empresários precisam se preparar, desde um taxista até o dono de um hotel. Comunicação é muito importante. Por fim, não devemos ver a Copa só pelo futebol. O futebol é apenas um pretexto para algo maior.

O Paraná é um estado "esquecido" pela União quanto ao pagamento de emendas federais. Qual seria a razão desse preterimento? A falta de iniciativa política por parte da bancada paranaense no Congresso?

Nós pretendemos convocar a bancada e cobrá-la, e queremos resultado. Essa situação me deixou muito triste. É preciso que a bancada, antes de tudo, tenha como partido, um partido que se chama Paraná. Quando se discutem os interesses paranistas, não interessam as mazelas partidárias, as ideologias. Essa situação é extremamente desagradável, mas creio que nós vamos vencê-la.

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