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Às vésperas do julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu afirma que exercia "um papel meramente burocrático" na Casa Civil e atribui taxativamente ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, "autonomia para repasse de valores". Essa será a tese sustentada pelos advogados de defesa de Dirceu durante o julgamento.

Dirceu aponta ainda para outro antigo colega de partido: "Restou provado que o presidente do PT, de direito e de fato, era mesmo o corréu José Genoino, uma pessoa de total autonomia de mando", contra-ataca a defesa, que invoca inúmeros testemunhos para derrubar as acusações contra o ex-ministro.

O cerne da acusação de formação de quadrilha que pesa contra Dirceu é a afirmação de que ele exercia "total comando sobre as ações dos dirigentes do PT" - no caso, Delúbio, José Genoino e Silvio Pereira.

A versão de Dirceu para o mensalão, que ele não admite ter existido, ocupa 22 páginas da peça denominada memoriais – documento entregue aos 11 ministros do STF Nele estão as alegações derradeiras do ex-ministro, a oportunidade final que lhe é conferida para rechaçar a denúncia de formação de quadrilha e corrupção ativa.

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