Durante quase duas horas de depoimento relativo à primeira fase da Operação Publicano, o fotógrafo e ex-assessor do governo do Estado, Marcelo Caramori, contou como era o seu trabalho de assessor especial na região de Londrina. Disse que se aproximou de Luiz Abi Antoun – parente distante do governador Beto Richa (PSDB) – por conta da forte influência que ele tinha no governo do Estado.
O fotógrafo também afirma ter ouvido que o auditor Márcio de Albuquerque Lima – apontado pelo MP com líder do esquema de corrupção na Receita Estadual em Londrina – foi nomeado inspetor geral de Fiscalização do órgão no Paraná por conta da influência de Abi. Caramori ainda citou a relação próxima que Lima mantinha com os auditores José Luiz Favoreto e Luiz Antonio de Souza.
Auditor fiscal investigado na Operação Publicano acusa Caramori de chantagem
Leia a matéria completaEm alguns momentos do depoimento, Caramori disse não se lembrar de várias declarações que fez ao MP durante a delação premiada, sendo duramente criticado pela defesa dos réus. “Essa delação premiada não tem fundamento. São coisas de ‘ouvir dizer’, não tem documentos que comprovam. Hoje, que é a oportunidade do contraditório, ele respondeu de forma evasiva às perguntas da defesa. Como isso vai ser validado como prova?”, questionou Bittar.
Já o advogado Leonardo Vianna, que defende Caramori, acha que seu cliente tentou esclarecer todas as perguntas. Ele [Caramori] confirmou grande parte do que disse em 2015”. Evidentemente, muita coisa ele não se recorda se viu ou ouviu”.
A reportagem tentou contato com a defesa de Luiz Abi Antoun, mas os advogados não foram localizados para comentar o depoimento de Caramori. Já o governo do Paraná nega que Abi que tinha influência ou que fazia indicações nos órgãos públicos. O advogado de Márcio de Albuquerque Lima, Douglas Maranhão, disse anteriormente que só vai se manifestar ao final do processo.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura