Em seu discurso de despedida da presidência da Câmara, o deputado Marco Maia (PT-RS) fez críticas hoje às "ameaças de interferências" e "interpretações circunstanciais" do Judiciário e também à "grande imprensa" que questiona o papel do Legislativo.
Maia disse que em sua gestão defendeu publicamente as prerrogativas constitucionais da Câmara.
"Não há como deixar de manifestar minha mais profunda preocupação com as interpretações circunstanciais de nossa Constituição por parte do Judiciário, responsável tão somente por sua guarda, mas que tem se arriscado a interpretações que só ao Legislativo cabem."
Para o petista, o Congresso precisa reagir. "É uma atitude muito preocupante, que segue exigindo postura enérgica e intransigente por parte do Legislativo."
Um dos últimos embates de Maia com o Supremo foi sobre a perda do mandato dos três deputados condenados no julgamento do mensalão. Ele defendia que a palavra final sobre a cassação cabe à Câmara, enquanto os ministros entenderam que o STF determinou a vacância do cargo pela perda dos direitos políticos, cabendo aos deputados apenas oficializar a decisão.
No discurso, ele não citou o presidente do Supremo Joaquim Barbosa e só agradeceu a seus antecessores os ex-ministros Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto.
Maia ainda subiu o tom das críticas à imprensa. Ele disse que os deputados não podem compactuar com o descrédito ao Congresso lançado pelos meios de comunicação.
O petista afirmou que "a maior fonte de expressão da opinião pública e da vontade popular não se concretiza em editoriais de jornais ou em matérias descontextualizadas que relegam a recente e bela história que os brasileiros vêm construindo"."A maior expressão da vontade popular está representada nesta Casa, na Câmara dos Deputados", completou.
Ele afirmou que essas críticas causam "profunda indignação e repulsa". "Não podemos compactuar com questionamentos dessa natureza. A maior fonte de expressão da opinião pública não se concretiza em editoriais de jornais. A maior expressão da vontade popular está representada nessa Casa", completou.
O deputado disse que a maioria da sociedade brasileira não pactua com essa visão distorcida.
O petista afirmou que deixa sua gestão com o sentimento de "maior grau de satisfação" dos colegas que manifestam claro "orgulho de ser deputado e representar o cidadão"."Penso que esse orgulho está ligado ao fato que está Casa tem aperfeiçoado ao processo de transparência, essa legislatura conseguiu deixar sua marca, uma das mais produtivas na história da Câmara e do conhecimento de todos os que atuam no parlamento."
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