A presidente Dilma Rousseff participou da assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU nesta sexta-feira (22). Em seu discurso, ela priorizou a questão ambiental e, apenas no fim, falou brevemente o ‘grave momento’ que vive o Brasil, sem mencionar as palavras golpe ou impeachment. “Não posso terminar sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. O Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construiu uma pujante democracia”, disse. Ela afirmou, ainda, que confia no povo ‘trabalhador e com apreço a liberdade’, que “saberá impedir quaisquer retrocessos”.
A chefe de Estado, que não mencionou um “golpe de Estado” como vem fazendo nos últimos dias, agradeceu a todos os líderes que manifestaram solidariedade por sua situação.
Em relação ao acordo climático, Dilma afirmou que se orgulha do trabalho desenvolvido por seu governo e pelo Brasil. Ela afirmou que a realização dos compromissos assumidos exige uma ação convergente entre os países, ‘por uma vida e economia menos dependentes de combustíveis fósseis”, além de dedicação e compromentimento com práticas sustentáveis na relação com o meio ambiente.
A presidente ponderou que reiterar os compromissos do Acordo de Paris é apenas o começo e a parte mais fácil. Dilma lembrou que o Brasil traçou metas ambiciosas e ousadas, porque sabe que os impactos negativos das mudanças climáticas recaem com mais força sob populações vulneráveis. “Sem a redução da pobreza e desigualdade não será possível vencer o combate da mudança do clima”, disse.
Protestos
Grupos contrários e favoráveis ao impeachment de Dilma fazem manifestação nesta sexta-feira (22). Cerca de 30 pessoas contra o impedimento seguravam cartazes com frases como “democracia do Brasil sob ataque”.
O grupo a favor do impeachment era menor, com cerca de dez pessoas. Em uma das faixas se lia “Dilma é uma criminosa. Impedimento agora”.
Dilma chegou na quinta-feira (21) à noite em Nova York e foi recebida por cerca de 40 manifestantes contra o impeachment na porta da residência do embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, onde está hospedada.