Em dois dias consecutivos, dois ex-governadores do estado do Rio de Janeiro foram presos pela Polícia Federal (PF). Sérgio Cabral (PMDB) foi alvo nesta quinta-feira (17) de um mandato de prisão preventiva, acusado de liderar um grupo que desviou R$ 224 milhões em contratos de obras. Na quarta-feira, foi a vez de Anthony Garotinho (PR), em meio à Operação Chequinho, que investiga a compra de votos durante a eleição do dia 2 de outubro em Campos, no Norte Fluminense.
A operação que prendeu Sérgio Cabral, batizada de “Calicute” (referência às tormentas enfrentadas pelo navegador Pedro Álvares Cabral a caminho das Índias), acontece pouco mais de cinco meses depois da estreia da Lava Jato no Rio. A ação marca também a inédita cooperação entre a Justiça do Rio e a de Curitiba.
Cabral é acusado pela Lava Jato pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os desvios teriam sido feitos em contratos com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, entre outras, em obras como reforma do Maracanã, o Arco Metropolitano e PAC Favelas em troca de aditivos em contratos públicos.
Corrupção eleitoral
Já a prisão de Garotinho, segundo o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100.ª Zona Eleitoral, foi motivada por indícios de compra de voto e coação de testemunhas. Segundo Oliveira, Garotinho “efetivamente não só está envolvido, mas comanda com ‘mão de ferro’ um verdadeiro esquema de corrupção eleitoral” em Campos (município no Norte do Rio de Janeiro), por meio do programa assistencialista Cheque Cidadão. O programa é uma iniciativa da prefeitura de Campos, comandada pela prefeita Rosinha Garotinho, mulher do ex-governador.
Na denúncia oferecida à Justiça Eleitoral, o MP afirma que Garotinho “coagiu e constrangeu mediante grave ameaça” duas testemunhas “com o fim de satisfazer interesses em investigação policial”. Entre as provas nos autos estão informações obtidas por meio de interceptações telefônicas.
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