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Michel Temer (à esq.) e  Lula conversam no hospital | Beto Barata/AFP/Divulgação
Michel Temer (à esq.) e  Lula conversam no hospital| Foto: Beto Barata/AFP/Divulgação

A noite de quinta-feira (2), no Hospital Sírio-Libanês, quando políticos foram prestar condolências ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo fim da atividade cerebral da ex-primeira-dama Marisa Letícia, não foi só de gestos de solidariedade. Lá se iniciou um novo processo de diálogo entre o líder petista e o presidente Michel Temer (PMDB).

Depois de contar a Temer e ao grupo que acompanhava a visita sobre os últimos momentos da “galega”, como chamava Marisa Letícia, Lula, abatido, com olhos vermelhos, quis conversar um pouco sobre o governo do peemedebista. Segundo relatos, o petista fez comentários sobre a política econômica liderada pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e emendou: é hora de todos os ex-presidentes se unirem para ajudar o país, inclusive ele.

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“Estou pronto e à disposição para esse diálogo”, falou Lula a Temer, ressaltando que os ex-presidentes têm muito a contribuir neste momento pela experiência e crises que já atravessaram, segundo relatou um participante da conversa.

Deste encontro, participava o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Horas antes, Lula havia recebido a visita do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem teve conversa no mesmo sentido, o que quebrou o gelo para a abordagem feita à noite com o atual presidente.

A Temer e aos peemedebistas que acompanharam a visita, em uma sala reservada do hospital, Lula contou que havia considerado um “gesto importante” de Fernando Henrique a iniciativa de abraçá-lo num momento de dor. E, neste momento da conversa, é que propôs a retomada do diálogo. Lembrou que em 2013, quando ele, Fernando Henrique, Sarney, Dilma Rousseff e Fernando Collor de Mello viajaram juntos para a África do Sul para acompanhar o funeral de Nelson Mandela, haviam discutido essa ideia. Observou que, até então, não foi colocada em prática e que este seria o momento ideal.

Apesar das vaias recebidas por Temer na porta do Sírio-Libanês, sua ida foi cuidadosamente planejada. O peemedebista conversou ao telefone com a direção do hospital para fazer saber se não seria inconveniente fazer a visita. Foi então que Lula deu sinal verde para o encontro.

A relação entre o Temer e o ex-presidente ficou obviamente abalada após articulações do PMDB para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, afilhada política de Lula.

Temer (à esq.) e Lula se abraçamBeto Barata/AFP/Divulgação
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