O ministro da Defesa, Nelson Jobim, a presidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente, Michel Temer, participam da cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais| Foto: Antonio Cruz/ABr

Em sua primeira solenidade de promoção de oficiais das Forças Armadas, a presidente Dilma Rousseff ignorou nesta terça-feira o debate sobre violações aos direitos humanos nos anos do regime militar (1964-1985) e não permitiu imagens do momento em que recebeu as insígnias da Ordem da Defesa, maior comenda da área.

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Durante a solenidade, realizada no Salão Nobre do Palácio do Planalto, os promovidos evitaram bater continência à presidente e ex-presa política, limitando-se a apertar as mãos dos oficiais. A prática da continência ao chefe supremo das Forças Armadas era comum nas solenidades organizadas pelo cerimonial do palácio.

Num discurso lido, ela fez um afago aos militares rebatendo as críticas aos gastos com defesa. A presidente, porém, não comentou a sua decisão de cortar recursos da área militar e adiar a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). "Em um país socialmente desigual como o Brasil, poderia parecer tentadora a noção de que a modernização e dimensionamento das Forças Armadas constituiriam esforço ocioso e prejudicial ao investimento em outros setores prioritários", afirmou. "Isso é um grande engano", completou. "O certo é que a defesa não pode ser considerada um elemento menor na agenda nacional".

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No evento desta manhã, em que promoveu 70 oficiais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, Dilma repetiu discursos de outros presidentes do período pós-ditadura ao ressaltar, de forma genérica, a "evolução democrática" das Forças Armadas e do País. Ela disse que o Brasil "corrigiu seus próprios caminhos" e alcançou uma "maturidade institucional". No discurso, ela também ressaltou o "profissionalismo" e a "dedicação" dos militares, destacando ainda a "importância" das Forças Armadas para garantia da defesa dos campos de exploração do pré-sal.

Ao final da solenidade, a presidente evitou falar com jornalistas, que estavam numa área afastada do palco da cerimônia. A uma pergunta sobre os arquivos da repressão mantidos em sigilo pelas Forças Armadas, Dilma respondeu: "Parabéns pra você".