O jantar de quarta-feira (29) à noite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), serviu para que os dois lados, presidente e lideranças peemedebistas, manifestassem a disposição de seguir em frente com as conversações para aliança eleitoral em 2010. Lula convidou os dois expoentes peemedebistas quatro dias depois das notícias de que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata de Lula a sua sucessão, extirpou um linfoma (tumor maligno) e enfrentará sessões de quimioterapia durante quatro meses. O PMDB é o aliado prioritário na disputa presidencial.
Em parte da conversa, Lula discorreu sobre o bom estado de saúde de Dilma e a animação e disposição da ministra para o trabalho. Lula reafirmou aos dois a importância de o PT e o PMDB acertarem alianças nos Estados. A manifestação de Temer e de Sarney seguiu na mesma linha de que a aproximação continua. Como resumiu um interlocutor dos peemedebistas, o jantar foi para dizer que nada mudou e que as articulações para 2010 estão mantidas. Sinalização importante nesse momento de revelação de fragilidade da saúde da ministra que propicia um cenário de especulações e de investidas políticas. O PMDB, partido mais cobiçado na busca de alianças para a eleição presidencial, não tem pressa para escolher em que lado estará, com o PT ou com o PSDB, do governador de São Paulo, José Serra.
No encontro de ontem à noite, o presidente Lula foi solidário com os presidentes da Câmara e do Senado, que vem tentado administrar o desgaste político das Casas por causa da série de denúncias de uso inadequado de recursos públicos pelos parlamentares. Lula disse estar disposto a dar declarações públicas em defesa do Congresso. O presidente da Câmara, sem dar detalhes do encontro, comentou apenas que Lula está disposto a ter contato mais permanente com os presidentes do Legislativo. "Uma aproximação cada vez maior com o PMDB e com os presidentes das Casas (Câmara e Senado). Eu diria uma aproximação menos política e mais institucional", afirmou Temer.
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