O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas (PT), está fora da articulação política do governo. A presidente Dilma Rousseff decidiu nesta terça-feira (7) que a estrutura da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) será incorporada à da Vice-Presidência da República.
Na prática, a medida faz com que o vice Michel Temer (PMDB) seja o novo articulador político do governo. A decisão ocorre depois que o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, recusou convite de Dilma para assumir a SRI.
Dilma conversou nesta terça com Pepe, no Palácio do Planalto, lamentou o vazamento da notícia sobre o convite para que Padilha assumisse a articulação política e disse que precisava do cargo para contemplar o PMDB. Dilma disse a Pepe que não estava agindo sob pressão dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nem do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ferrenhos opositores. “Essa conta é nossa. Não é sua”, afirmou a presidente, na conversa com Pepe.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), confirmou que Temer acumulará as funções de vice-presidente com as atribuições de ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
De acordo com Oliveira, Dilma também pediu aos aliados a reedição do pacto pela responsabilidade fiscal, firmado pelo governo em novembro de 2013, em um momento em que o Planalto tentava recuperar a credibilidade da economia brasileira e buscava sinalizar ao mercado financeiro o comprometimento com a austeridade fiscal.
Durante a reunião com aliados, a presidente anunciou que toda a estrutura da Secretaria de Relações Institucionais passa para a Vice-Presidência. O senador não soube dizer se o cargo de ministro-chefe da SRI seria extinto.
“O Temer é nosso presidente nacional, foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados, tem bastante bagagem para fazer esse entendimento [com a base aliada]. Com respeito ao ministro Pepe Vargas, Dilma deu uma avançada nessa questão”, comentou Oliveira.
O convite a Padilha ocorreu na tarde de segunda-feira (6) e desencadeou uma crise dentro do governo. Antes mesmo da decisão de Padilha chegar à petista, Pepe Vargas sinalizou que iria deixar a pasta.
A reunião realizada entre a presidente Dilma e Temer ocorreu após um último encontro de Padilha com o vice-presidente da República. O argumento oficial levado à petista foi o de que Padilha não pôde aceitar por estar com um filho recém-nascido. Ele já havia demonstrado, porém, ser contrário à mudança de pasta.
Padilha teria, inclusive, comparada a SRI a um “cemitério de políticos”.
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