Em meio à crise do PMDB com o Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados tem na pauta de votações das comissões 21 requerimentos de convocação de ministros para prestar esclarecimentos aos congressistas. O principal alvo é o ministro Arthur Chioro (Saúde) que reúne sete pedidos de explicações sobre o programa Mais Médicos, vitrine eleitoral da presidente Dilma Rousseff. As convocações foram apresentadas pelo PSDB e pelo DEM, mas podem ganhar força com a ameaça de rebelião dos peemedebistas.

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Os pedidos de convocações dos ministros são apontados como possíveis respostas do PMDB ao governo pela insatisfação com o espaço da bancada na reforma ministerial e na composição dos palanques regionais. A presidente tem tentado isolar o líder da bancada Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que protagonizou uma guerra verbal com líderes do PT.

Há ainda pedidos de convocações dos ministros Manoel Dias (Trabalho) - envolvido em denúncias de irregularidades em sua pasta e que também seria chamado a dar esclarecimentos sobre as condições de trabalho dos Mais Médicos -, de Aguinaldo Ribeiro (Cidades), que bloqueou recursos de obras apadrinhadas por congressistas no orçamento, além de César Borges (Transportes) e Luiz Alberto Figueiredo ( Relações Exteriores).

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O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) pode ter que esclarecer denúncias de irregularidades na Petrobras e também apagões ocorridos no país. O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) pode ter de falar sobre ações da Polícia Militar do Distrito Federal em manifestação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) que terminou em confronto.

Em plenário, os deputados podem votar amanhã o pedido de criação de uma comissão externa para investigar a suspeita de que a holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias como a Petrobras, teria pago suborno a empresas em vários países, incluindo o Brasil. Numa tentativa de evitar a aprovação dessas matérias, o governo tem trabalhado para esvaziar o "blocão" que reúne sete partidos insatisfeitos da Câmara que prometem causar dificuldades ao governo em votações. A ideia é acelerar a discussão do espaço dos partidos na reforma ministerial. Há ainda promessas de blindagem, por exemplo, do ministro do Trabalho.