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“Em contraprestação, Eduardo Cunha recebia vantagens indevidas, para si e para outrem, em forma de `doações’ eleitorais”, escreveu Janot. | Fabio Pozzebom/ Agência Brasil/Fotos Públicas
“Em contraprestação, Eduardo Cunha recebia vantagens indevidas, para si e para outrem, em forma de `doações’ eleitorais”, escreveu Janot.| Foto: Fabio Pozzebom/ Agência Brasil/Fotos Públicas

A Procuradoria Geral da República detectou, nas mensagens de celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, um total de 94 pedidos de “encontro, ligação ou contato”, entre ele e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Os dados foram descritos no pedido de busca e apreensão nos endereços de Cunha, operação realizada em dezembro.

Nas mensagens, eles acertam mudanças em projetos de interesse da OAS na Câmara e doações eleitorais, que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aponta serem propina em troca da ajuda que Cunha dá no em projetos no Legislativo.

“Em contraprestação, Eduardo Cunha recebia vantagens indevidas, para si e para outrem, em forma de `doações’ eleitorais”, escreveu Janot.

Segundo resumo das trocas de mensagens de Léo Pinheiro e Cunha, há “94 pedidos em dias diferentes para encontro, ligação ou contato”, 18 comunicações que indicam que um deles estaria em um local para encontro, 35 “pedidos/solicitações/cobranças/agradecimentos” de Cunha para o empreiteiro e 30 de Pinheiro para Cunha.

As conversas indicam, por exemplo, que a OAS escrevia emendas para Cunha apresentar em medidas provisórias no Congresso. “Mandei para seu e-mail as emendas de EC refeitas”, enviou um funcionário para o empreiteiro Léo Pinheiro.

Janot também aponta que Cunha prometeu interceder a favor da OAS junto ao então ministro da Aviação Civil, Moreira Franco (PMDB), por questões relacionadas a obras em aeroportos, mas não há conclusão se a ajuda de fato foi efetivada.

Em contrapartida, Cunha fazia frequentes cobranças e negociações de doações à OAS, diz a PGR.

“O tesoureiro Rogério Vargas, 900”, enviou Cunha a Léo Pinheiro, mensagem interpretada pela PGR como uma cobrança de doação de R$ 900 mil ao tesoureiro do PSC.

Em outra mensagem, segundo a PGR, Cunha conta ter combinado uma doação com a Odebrecht para a campanha do correligionário Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ao governo do Rio Grande do Norte e pede para Léo Pinheiro “acertar” com ele depois. “Tive com Júnior [da Odebrecht] pedi a ele para doar por você ao Henrique, acho que ele fará algo, tudo bem?”, escreveu Cunha a Léo Pinheiro.

Cunha tem afirmado que nunca recebeu propina e, em nota desta sexta-feira (8), afirmou que “existe uma investigação seletiva do PGR” contra ele. “Reitera que jamais recebeu qualquer vantagem indevida de quem quer que seja e desafia a provarem”, informou na nota.

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