Em nota divulgada nesta terça-feira (12) pela assessoria do Instituto Lula, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as acusações da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Lula sustentou na nota que não foi responsável por indicar Cerveró, ex-diretor da área Internacional, a um cargo de diretoria na BR Distribuidora em 2008. Segundo Lula, a nomeação foi por indicação “de partido da base aliada”.
Em trecho de sua delação revelado nesta terça-feira (12) pela Folha de S.Paulo, Cerveró afirmou que foi indicado à BR Distribuidora como uma forma de “gratidão” de Lula a uma ajuda dada ao PT: sua atuação para que a Petrobras contratasse a Schahin, o que seria a contrapartida para um empréstimo apontado como fraudulento do banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai e que tinha o PT como destinatário.
“Lula não tem e não teve relação pessoal com o delator, muito menos o sentimento de ‘gratidão’ subjetivamente atribuído a ele”, diz a nota do Instituto Lula.
O ex-presidente sustenta ainda que já havia dito em depoimento à Polícia Federal que nunca tratou “com qualquer pessoa sobre supostos empréstimos ao PT ou sobre a contratação de sondas pela Petrobras, que são objetos de investigação”.
“Os demais diretores da estatal e de empresas controladas foram indicados por partidos, como aliás ocorreu e ocorre em outros governos no Brasil e em outras democracias ao redor do mundo”, completa a nota.
O Instituto Lula ainda diz na nota que o depoimento do ex-presidente à Polícia Federal e o depoimento do ex-diretor Nestor Cerveró foram vazados ilegalmente à imprensa.
Ambos os documentos, porém, foram disponibilizados publicamente pela PGR (Procuradoria-Geral da República) em inquéritos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), sem segredo de Justiça.
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