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O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, negou nesta quinta-feira (29), por meio de nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência, que ele ou o PT tenham tido ou mantenham relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A nota de Garcia foi em resposta às declarações do ex-ministro de Relações Exteriores Luiz Felipe Lampreia ao site da revista "Veja", publicadas nesta quarta-feira (28). De acordo com a reportagem, Garcia teria se oferecido para atuar como "ponte" entre o governo brasileiro e as Farc.

Em seu relato, o ex-ministro disse que o caso teria acontecido em 1999, quando o hoje assessor da Presidência era responsável pela área de relações internacionais do PT. Lampreia ocupou o cargo de ministro entre 1995 e 2001.

"Ele me fez essa oferta. Eu agradeci o espírito com que ele fez a oferta, um espírito respeitoso. Mas disse que não aceitava. Como chanceler não tinha nenhum interesse em ter contatos com representantes das Farc. A organização estava combatendo um governo constitucional, amigo do Brasil", disse Lampreia, de acordo com o site da revista. Segundo ele, Garcia teria pedido "uma hora oficialmente", o que teria sido registrado na agenda.

Garcia nega essa versão. Segundo a nota que divulgou nesta quinta, Lampreia o teria convidado para uma reunião privada em seu gabinete quando Garcia participava de palestra aos alunos do curso de formação de diplomatas do Instituto Rio Branco. O tema da conversa foi "a posição de apoio do Brasil à ditadura [do ex-presidente peruano Alberto] Fujimori", diz a nota.

De acordo com o assessor da Presidência, Lampreia teria ainda tratado de outros temas da política sul-americana, sobre os quais Garcia teria expressado a opinião de que o Brasil deveria ter um papel político mais ativo na região.

"Em nenhum momento ofereci préstimos pessoais ou do Partido dos Trabalhadores para negociações com as Farc, até porque, naquela conjuntura, não existiam, como não existem até hoje, quaisquer relações com aquela organização", diz Garcia na nota.

"O que efetivamente sugeri ao ministro Lampreia – e ressalto uma vez mais que o fiz a pedido dele – é que o governo brasileiro deixasse de ser omisso e procurasse contribuir para equacionar os conflitos na região", segue ainda o texto. "Acredito que o ex-ministro tenha tido um lapso de memória, pois estávamos a sós, sem tomador de notas na sala."

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