Na visita de quase uma semana a Nova York, que se inicia no domingo, a presidente Dilma Rousseff vai tratar de medidas para reduzir a desigualdade social e mecanismos de ampliação para a participação das mulheres no cenário político e econômico. Ela vai participar dessas discussões paralelamente às reuniões da Assembleia Geral da Organizações das Nações Unidas (ONU).
O porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena, disse nesta quinta-feira (15) que Dilma participa também de um debate sobre prevenção e controle de doenças não transmissíveis. De acordo com ele, a presidenta pretende mencionar suas preocupações sobre a busca de mecanismos para o fim da desiguadade social e das dificuldades causadas pela crise econômica mundial.
Dilma se reunirá com a ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet, representante da ONU para mulheres. No encontro, ela deve tratar sobre a necessidade de incentivar de forma mais efetiva a participação feminina em todas as instâncias do poder. O porta-voz lembrou que no Brasil as mulheres vêm desempenhando um papel "fundamental" na consolidação das transformações e na democracia.
De acordo com Baena, a presidenta analisa a possibilidade de detalhar a decisão do Brasil de criar a Comissão da Verdade que se destina a investigar os crimes ocorridos no país no período da ditadura (1964-1985). Segundo o porta-voz, Dilma poderá mencionar ainda a questão sobre acesso a documentos sigilosos, prevista no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), e que divide opiniões no Executivo e Legislativo.
Em todas reuniões, a presidenta deve aproveitar para defender as reformas de várias instituições internacionais, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Não foi definido ainda se Dilma vai se envolver no debate sobre o reconhecimento do Estado da Palestina. No entanto, a posição do Brasil é favorável à definição de um território autônomo para os palestinos.
O porta-voz disse nesta quinta que a hipótese de Dilma mencionar a posição brasileira sobre o Estado Palestino é real. "O Brasil reconheceu, no ano passado, em dezembro, em uma carta do ex-presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] Estado da Palestina. Não há previsão de mudança desta posição", ressaltou.