O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu nesta quinta-feira (27) no plenário um aumento salarial para os servidores da Casa. A defesa foi feita para justificar a discussão sobre o plano de carreira do Senado, que acontece na Mesa Diretora.
Sarney chegou a dizer que o projeto já deveria ter sido aprovado quando o Senado aprovou uma proposta semelhante para os servidores da Câmara. No caso da Câmara, o reajuste médio foi de 15% e em alguns casos chegou a 33%, segundo a primeira-secretaria daquela Casa. O projeto da Câmara está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sanção.
"Minha opinião é que tinha de ter sido junto com a Câmara. Não podíamos criar uma discrepância entre uma e outra casa. Essa era minha visão. Infelizmente, o Senado resolveu votar o da Câmara antes", afirmou Sarney.
Sarney destacou que o projeto de aumento no Senado está nas mãos do primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que relata a matéria. Ele afirmou que a classe dos servidores foi "quem mais sofreu" com a crise do Senado. O presidente da Casa elogiou os funcionários e afirmou que eles estão entre os melhores do serviço público no Brasil
"Nesse momento, eu quero prestar uma homenagem porque nessa crise que chamamos de crise do Senado quem mais sofreu foram os funcionários. Essa casa tem um núcleo de funcionários dos melhores do país", disse Sarney.
A discussão sobre o aumento de salários para servidores acontece em paralelo à reforma administrativa da Casa. Nesta semana, foi anunciada a decisão de recontratar a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para auxiliar a Casa neste processo de reestruturação. Apesar de um ano de trabalho, até agora não foram implementadas as mudanças propostas pela entidade, como a redução do número de diretorias para sete.
No ano passado, o Senado chegou a admitir ter 181 diretores e anunciou o corte de 50 destes cargos. O projeto de reforma está em uma subcomissão e, segundo o relator, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deve ir a voto no dia 8 de junho na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Após esta fase, a reforma terá ainda de ser submetida a plenário.