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Pela terceira vez em quatro anos, índios Guajajara, da aldeia Maçaranduba (Terra Indígena Caru) interditaram um mesmo trecho do km 289 da Estrada de Ferro Carajás (EFC), na cidade de Alto Alegre do Pindaré, distante 342 km de São Luís. Conforme informações de moradores de Alto Alegre do Pindaré, os índios protestam contra o descumprimento de um acordo firmado em 2006 entre a Vale e a Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré.

Esse acordo previa a construção de uma estrada para fazer a ligação entre a aldeia Maçaranduba e o rio Pindaré. Segundo moradores de Alto Alegre, essa obra, orçada em R$ 900 mil, chegou a ser iniciada, mas não foi concluída. Os índios também exigem melhorias no sistema de saúde da aldeia Maçaranduba.

O bloqueio indígena, com paus, pedras, ferros, ocorreu na altura do povoado Três Bocas por volta das 8h30. Essa localidade fica entre os povoados de Mineirinho e Auzilândia. Além da ferrovia, uma estrada vicinal também foi parcialmente bloqueada pelos indígenas.

Para liberar a ferrovia, os índios exigem a presença da imprensa no local. Pessoas ligadas à Prefeitura de Alto Alegre chegaram a conversar com os indígenas, mas eles somente querem retomar as negociações com a presença de equipes de rádio e de jornal impresso. Representantes da Vale também estiveram no município para tentar achar uma solução mas os índios evitam negociar a portas fechadas com os funcionários da mineradora.

Em nota, a Vale informou que "lamenta o ocorrido" e que "continua cumprindo rigorosamente o acordo de cooperação - termo em vigência 2007-2016 - com a Fundação Nacional do Índio (Funai) órgão representativo dos povos indígenas do País". A Vale também afirmou que "tomará todas as medidas necessárias para que as operações na EFC sejam retomadas o mais rápido possível". Durante os dois primeiros bloqueios indígenas, a Vale foi obrigada a impetrar uma ação de reintegração de posse na 6ª Vara Federal para tentar liberar a rodovia.

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