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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou hoje (2), em Olinda (PE), que a crise econômica que assola o mundo e fez os Estados Unidos admitirem recessão, não vai chegar ao Brasil. "Vocês estão vendo na televisão que tem uma crise no mundo, causada pelos Estados Unidos", afirmou ele, pela manhã, durante a entrega das chaves de 128 casas populares na 'favela V-8, a famílias que antes moravam em palafitas, na beira do Canal da Malária, na entrada da cidade. "Vamos mostrar para aqueles que querem que a crise chegue no Brasil como é que nós vamos fazer para enfrentar e derrotar essa crise para que o Brasil possa melhorar a vida do seu povo".

A fala do presidente foi reforçada, no final da solenidade, pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que o acompanhou em toda a agenda em Pernambuco. Em rápida entrevista, ela frisou: "Temos recursos, o Brasil não quebrou, o governo não está fragilizado diante da crise". Segundo ela, "é um momento diferente, os recursos são diferentes e o governo é diferente".

"Não vamos cortar investimentos nem consumo", destacou ao garantir que não haverá nenhuma redução de recursos ou de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Quando iniciou, o PAC tinha recursos da ordem de R$ 504 bilhões", observou ela, ao complementar que até 2010, os recursos deverão estar em torno dos R$ 650 bilhões. Sobre a crise econômica, ela afirmou que a diferença do de hoje para o passado é que antes o Brasil quebrava. "No passado não tínhamos recursos nem mecanismos para expandir o crédito", acrescentou. "Hoje temos".

Banimento

O presidente também frisou a necessidade de "banir da vida política aqueles que nunca olham para os pobres, aqueles que fazem discursos para os pobres e governam para os ricos". Lembrou ainda ter dois anos na presidência. "Para fazer mais do que já fizemos, porque aprendemos a fazer, e temos recursos para fazer".

Deu "graças a Deus" porque a população tem eleito prefeitos e governadores que têm compromisso com o povo. "Houve tempo - observou - em que o Brasil era governado para 35% da população e o restante era marginalizada. Nós estamos priorizando os 65% mais pobres".

No seu segundo compromisso, no bairro de Santo Amaro, com altos índices de criminalidade, no Recife, onde lançou o "Território da Paz", ele destacou que não quer tirar nada de ninguém. "Nenhum rico precisa ter medo de nós, porque nós não queremos prejudicá-los, o que nós queremos é que o pobre tenha acesso a comida, a educação, a trabalho, ao lazer e a segurança"

Depois de fazer as promessas do programa, ele afirmou: "daqui a dois anos eu vou vir aqui e quero que vocês me digam se nós fizemos aquilo que está escrito aqui (nos panfletos) ou se, mais uma vez, fizemos como a classe política fez historicamente com vocês, prometendo e não cumprindo, mentindo". "Na época das eleições, beijando todo mundo e depois das eleições, tchau, tchau, e nunca mais voltava, a não ser nas próximas eleições".

As 128 casas entregues em Olinda fazem parte da primeira etapa da retirada das famílias de uma área insalubre. Até o fim do próximo ano, o total de casas será de 661. O investimento total é de R$ 30,7 milhões - recursos estaduais e do Prometrópole (Banco Mundial) e governo federal - e inclui o revestimento e drenagem do canal da Malária, cujo nome Lula quer que se transforme em Canal da Decência.

A primeira chave foi recebida por Maria das Dores da Silva, 61 anos, que há 16 anos habitava no local, com sua casa sempre cheia de lama e água suja do canal. Ela recebe o Bolsa Família há dois anos, mas continua pedindo esmola nos sinais de trânsito para sobreviver e ajudar a sustentar as filhas e netos.

O Território da Paz, que na quinta-feira (4) estará sendo anunciado no Morro do Alemão, no Rio, busca enfrentar a criminalidade com ações sociais do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). No bairro de Santo Amaro, serão 29 projetos a serem implantados. Os recursos do programa no bairro somam R$ 70,7 milhões.

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