No dia em que o PT fará festa para abrir a pré-campanha do ex-ministro Fernando Pimentel para o governo de Minas, com a presença do ex-presidente Lula, o senador mineiro e presidenciável Aécio Neves (PSDB) disse hoje que "mineiro não é bobo" e sabe diferenciar um partido do outro. Segundo colégio eleitoral do país, atrás apenas de São Paulo, Minas terá um peso importante na disputa presidencial. Tanto o PT quanto o PSDB veem na disputa para o governo de Minas uma alavanca importante para as candidaturas presidenciais dos seus respectivos pré-candidatos, a presidente Dilma e o próprio Aécio.
Um dia antes de desembarcar em Minas, Lula deu entrevista ao jornal "O Tempo", de Belo Horizonte, e disse que os investimentos sociais feitos pelos governos do PSDB desde 2003 se realizaram quase que integralmente com recursos do governo federal petista.
Sem que alguém o questionasse sobre a declaração de Lula, Aécio reagiu a ela."Podem até querer fazer o mineiro de bobo, mas o mineiro não é bobo. O mineiro sabe que os avanços mais relevantes que tivemos ao longo desses anos se deveu ao esforço do Estado." Ele acrescentou dizendo que Lula "está mal informado pelos seus aliados no Estado e com uma visão que não é republicana".
"Eu vi uma entrevista em que se usou a expressão "todo o dinheiro era quase do governo federal", como se fosse quase um gesto de bondade do governo federal fazer parceria com os Estados. Isso é uma grande bobagem: não existe dinheiro federal, estadual, municipal. Existe dinheiro público, vindo dos nossos impostos, do trabalhador mineiro", completou.
O senador também retomou uma crítica que voltou a fazer com mais frequência, diante dos incrementos das viagens da presidente Dilma ao Estado, sobre os baixos investimentos do governo federal em Minas, as promessas não cumpridas e também os programas feitos em convênios com a União, como o Luz para Todos, em que a maior parte dos recursos foram alocados pelo Estado.
Maior presidente
Na sede da revista "Viver Brasil", Aécio falou para empresários mineiros em um almoço-palestra que contou também com muitos aliados, entre eles o ministro Pimenta da Veiga, o pré-candidato do PSDB ao governo de Minas.
Além de voltar a fazer todas as críticas pontuais aos programas federais do PT, como o de energia e segurança, Aécio pediu apoio para sua empreitada e disse que está nessa luta para ser o melhor presidente. "Vou disputar essa eleição não para ser presidente, mas para ser o maior presidente que esse Brasil já teve", disse Aécio, que pediu aos seus conterrâneos e aliados presidentes para que não o deixem "solitário" nessa disputa. Ele pediu ajuda para uma campanha "solidária".