Durante reunião com a cúpula do PMDB na manhã desta terça-feira (30), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou preocupação com o fim da reeleição proposto pela reforma política, mas evitou falar sobre o financiamento de campanha, que está no centro das investigações da Operação Lava Jato. Lula se reuniu por quase duas horas na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), com senadores do PMDB e do PT e o ex-presidente José Sarney.
Petistas criticam governo e dizem a Lula que Dilma ‘não valoriza’ a sigla
Reunidos com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (29) em Brasília, deputados e senadores petistas reclamaram da falta de diálogo com o governo e disseram que a presidente Dilma Rousseff “não valoriza” o partido
Leia a matéria completaSegundo os parlamentares presentes, o encontro serviu para dar início às discussões com os ex-presidentes sobre reforma política que tramita no Senado. As denúncias feitas em delação premiada pelo dono da UTC e Constran, Ricardo Pessoa, entre elas a de que a campanha de Lula em 2006 teria recebido R$ 2,4 milhões da UTC, não foram discutidas na reunião, segundo os senadores.
“O presidente Lula externou a preocupação dele com o fim da reeleição. Ele resslatou que os países mais importantes do mundo, não importa de qual continente, têm a possibilidade de reeleição. Só alguns outros países, com menor importância, é que a abriram mão da reeleição”, afirmou Jorge Vianna (PT-AC), único representante do PT, além do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), que participou do encontro.
Vianna disse que o financiamento de campanhas não foi tratado, pois o próprio Senado não deve focar as discussões nesse tema. O senador ainda contou que apresentou dados sobre os principais gastos das últimas eleições. “Discutimos custos de campanha. Nós estamos tirando esse bode da sala, de discutir pura e simples o financiamento de campanha.”
Durante o café, o ex-presidente repetiu o que disse na noite dessa segunda-feira (29) em reunião com parlamentares petistas e defendeu que o governo precisa virar a página do ajuste e criar uma pauta positiva. Segundo Delcídio, Lula também destacou a importância do PMDB para a governabilidade.
“Ele veio para enfatizar isso, a importância do PMDB, dessa aliança. Nós estamos juntos, nós governamos juntos. Nós temos que caminhar unidos”, afirmou o líder do governo no Senado.
O apoio do PMDB é visto como fundamental para a recuperação da imagem positiva do governo. Porém, o partido do vice-presidente Michel Temer impôs duras derrotas ao Planalto no Congresso no primeiro semestre deste ano. A mais recente delas foi a aprovação de uma medida que altera o fator previdenciário. Em outra, votou a PEC da Bengala, que tirou o direito da presidente Dilma Rousseff de indicar até cinco ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Também participaram da reunião os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Edison Lobão (PMDB).
Lula deixou a reunião sem falar com a imprensa. O ex-presidente chegou em Brasília na segunda-feira e volta para São Paulo hoje no início da tarde. Ontem ele se reuniu com o marqueteiro João Santana e , depois, com parlamentares do PT, quando pediu que os deputados e senadores fizessem o enfrentamento da Operação Lava-Jato e afirmou que o governo precisa virar a página do ajuste e criar uma pauta positiva.
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