O imbróglio que tomou conta da Prefeitura de Palmas, no Sudoeste do Paraná, na semana passada, terminou com a posse de Hilário Andraschko (PDT) como prefeito. A sessão, que estava marcada para as 14 horas desta segunda (2), só teve início no fim da tarde. Nesse intervalo de tempo, houve tumulto e brigas entre apoiadores do ex-prefeito e do novo dirigente.
Segundo Andraschko, a confusão só terminou quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou, durante a tarde, que negou uma ação cautelar do ex-prefeito João de Oliveira (PMDB). A ação pedia que Oliveira continuasse na prefeitura enquanto não houvesse decisão definitiva do TSE.
A decisão foi publicada às 15 horas desta segunda e depois disso os militantes teriam saído do plenário, segundo o relato do novo prefeito. Com a negativa, Oliveira deve se manter afastado do cargo. O processo continua em trâmite. "O pessoal dele [do ex-prefeito] estava tumultuando a sessão. Só se acomodaram depois da decisão do TSE", diz o novo prefeito da cidade.
Ele foi o segundo colocado nas eleições do ano passado, e legalmente deveria assumir a prefeitura depois que Oliveira foi cassado e afastado do cargo. Na última quarta (28), porém, o presidente da Câmara, Wilmo Correia da Silva (PMDB), se autoproclamou prefeito. O Ministério Público da cidade teve que intervir e fazer um acordo assinado pelas partes para que o cargo fosse transmitido ao segundo colocado.
A juíza eleitoral de Palmas, Camila Scheraiber Polli, diz que a posse de Silva na prefeitura foi constitucional para que o cargo não ficasse vago. Ela afirma que a transmissão do cargo consta de um item do regimento interno da Câmara da cidade, que estipula o prazo de 48 horas entre a convocação da sessão solene e a realização da mesma. A demora de cinco dias entre a posse de Silva e a transmissão do cargo, porém, não foi explicada.
"Quando a gente perde uma eleição a gente fica sentido. Mas não entendo o porquê de tanta vontade de não entregar o mandato", comenta Andraschko, sobre uma suposta má vontade na transmissão do cargo. Ele chegou a comentar, na semana passada, que Silva, que é do mesmo partido que Oliveira, estaria guardando o lugar dele até que houvesse resposta do TSE.
A reportagem tentou entrar em contato com Silva para comentar o caso, mas ele não foi localizado até as 20h50.