O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), começou na manhã desta q uinta-feira (28), em Curitiba, a chamada Caravana da Unidade. Trata-se de uma série de encontros entre peemedebistas na qual Temer, que também é presidente nacional do PMDB, busca pacificar as tensões internas do partido. No evento, Temer negou rompimento com o governo federal e disse que a estratégia é construir uma candidatura própria para 2018. O peemedebista sofreu também cobrança de setores da sociedade civil organizada.
Depois do evento entre peemedebistas, Temer fez uma palestra para setores da sociedade civil organizada – incluindo empresários, associações de classe e grupos religiosos. Neste evento, o vice-presidente defendeu que o país precisa de unidade para enfrentar a crise – discurso bastante parecido ao adotado pela presidente Dilma Rousseff (PT), com quem disse, em entrevista, ter uma relação “muito boa”.
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2016 e 2018
A primeira parada de Temer, sempre acompanhado pelos ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, foi na sede do PMDB. Lá, ele defendeu que o partido priorize a disputa eleitoral de 2016, especialmente nas cidades com mais de 200 mil habitantes – citando entre os possíveis candidatos competitivos o deputado estadual Requião Filho (PMDB) , anfitrião do evento.
Ele falou, também, sobre a necessidade de o partido apresentar uma proposta para o país. No seu entendimento, essa proposta começa por um novo pacto federativo. Defendeu, ainda, que o estado “não seja máximo e não seja mínimo, e sim eficiente”.
O vice-presidente negou que o partido ensaie um rompimento com o governo federal. “Não há essa discussão, estamos fazendo essa caravana apenas para incentivar [a participação nas] as eleições municipais. Nós queremos assumir a presidência, aí sim, em 2018, através de uma candidatura própria”, disse, em entrevista após o evento.
Questionado sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato, ele disse apenas que “ela é uma prova de que as instituições no Brasil estão funcionando”.
Cobranças
Após o evento no PMDB, ele participou de um encontro no Hotel Pestana com a sociedade civil organizada, também organizada por Requião Filho. Após uma fala de cerca de trinta minutos, na qual admitiu que o país vive uma crise e ressaltou a necessidade de uma unidade “não só dentro de um partido, mas de toda a sociedade”, o vice-presidente ouviu algumas reclamações de setores empresariais e de associações de classe.
João Carlos Baracho, presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), criticou o programa Mais Médicos e a falta de gastos públicos do governo federal no setor de saúde. Ele também criticou o governo por não criar uma carreira de estado para médicos. Entidades empresariais criticaram o excesso de carga tributária e a OAB-PR criticou a não implantação do Tribunal Regional Federal da 6.ª Região.
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