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O preço do litro da gasolina pode subir 12 centavos nos postos do Paraná | Jason Reed/Reuters
O preço do litro da gasolina pode subir 12 centavos nos postos do Paraná| Foto: Jason Reed/Reuters

Possíveis alterações

Confira algumas das emendas que serão apresentadas pelos deputados estaduais para mudar o projeto do Executivo:

Incluir o material escolar na lista dos produtos que sofrerão redução de ICMS – Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

Reduzir o ICMS de lenços umedecidos, guardanapos, lunetas, quebra-cabeças, bússolas, aquecedores de água, material de escritório e escolar – Stephanes Júnior (PMDB).

Impedir o reajuste de dois pontos porcentuais sobre o ICMS dos vinhos fabricados no Paraná – Stephanes Júnior (PMDB).

Conceder tratamento diferenciado para empresas que tenham faturamento anual superior a R$ 350 mil – bancada do PT.

Revogar a lei se houver aumento de arrecadação com o reajuste de impostos – Valdir Rossoni (PSDB).

Obrigar que supermercados divulguem listas dos principais produtos com redução de impostos, para conhecimento do público – Marcelo Rangel (PPS).

Reduzir de 12% para 7% o ICMS dos remédios de uso contínuo – Marcelo Rangel (PPS).

Deputados estaduais vão tentar impedir o reajuste da gasolina e do pãozinho francês apresentando emendas ao projeto da minirreforma tributária do governador Roberto Requião (PMDB), que será votado, em segunda discussão, na segunda-feira. Pelos cálculos do setor de combustíveis, a lei vai aumentar em, no mínimo, R$ 0,12 o preço do litro da gasolina e provocar impacto direto no preço dos produtos das panificadoras.

O projeto reduz de 18% para 12% o ICMS sobre 95 mil itens de consumo popular, mas, em contrapartida, reajusta em dois pontos porcentuais o imposto sobre energia elétrica, gasolina, telefonia, bebidas alcoólicas e cigarro.

Se a lei vigorar, a previsão do sindicato estadual das revendas de combustíveis é que a gasolina no Paraná será a mais cara da Região Sul e uma das mais caras do país, com o preço mínimo de R$ 2,70 por litro. Atualmente, o valor gira em torno de R$ 2,45. "Essa minirreforma vai ser um tiro no pé do governo. Vai prejudicar quem trabalha corretamente, favorecer o contrabando de gasolina e criar uma concorrência desleal nas fronteiras porque todos os estados terão alíquotas menores e vão vender combustível mais barato", prevê Oclândio Sprenger, diretor do sindicato e vice-coordenador da Câmara Setorial de Combustíveis da Associação Comercial do Paraná (ACP).

Sprenger fez um estudo detalhado sobre os impactos do reajuste do ICMS e argumenta que o setor já paga um ponto porcentual a mais de imposto do que deveria (27%), em função do regime de substituição tributária.

Com a nova lei, o impacto nos preços seria imediato. Sprenger prevê que o consumidor e o próprio governo serão prejudicados. "As pessoas vão deixar de comprar gasolina e migrar para o álcool. Com isso, o estado vai arrecadar menos. Para cada litro de gasolina é preciso três litros de álcool para gerar a mesma receita de ICMS", comparou.

Atualmente, o imposto sobre o combustível é definido com base na pesquisa de preços feita pelo governo estadual. O setor reclama que o resultado sempre aponta um valor médio maior que o preço de mercado.

O deputado Marcelo Rangel (PPS) vai apresentar uma emenda impedindo que o valor para cobrança do ICMS, determinado pela Secretaria Estadual de Finanças, seja maior que o preço médio de venda apurado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Segundo Rangel, se o ICMS for definido com base na pesquisa periódica da ANP, o setor pagaria, em tese, menos imposto. "Isso pode refletir na tributação e provocar um reajuste menor da gasolina mesmo com a aprovação da lei", afirma o deputado.

Outra emenda tem como alvo segurar o reajuste do pão e de todos os alimentos produzidos pelas padarias. Tadeu Veneri (PT) quer excluir indústrias e o comércio de panificação de pagar o reajuste.

A energia elétrica tem impacto de 11% no preço final do pão, que é vendido em média por R$ 6. Para o presidente do Sindicato Paranaense das Panificadoras, Joaquim Gonçalves, ainda não é possível calcular de quanto será o reajuste de preços, o que será inevitável. "Ninguém consegue mensurar se os preços vão baixar. Só sabemos que vai desonerar as grandes redes de supermercados e toda a indústria será penalizada com o aumento de impostos", disse Gonçalves.

Todas as emendas serão apresentadas na segunda-feira e encaminhadas para a Secretaria da Fazenda para análise.

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