O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse que sua proposta de extinção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – que controla, entre outros veículos, a NBr, que transmite os atos do Executivo federal – está ganhando adeptos dentro do governo e que discutiu a proposta com o presidente interino, Michel Temer. Geddel disse ao jornal O Globo que a EBC se transformou num “cabide de emprego” e “foco de militância”.
O projeto dos governos petistas de Lula e Dilma de transformar a EBC em uma instituição pública de comunicação consumiu mais de R$ 3,6 bilhões de recursos diretos do Orçamento do governo federal nos últimos oito anos, conforme levantamento feito pela assessoria técnica do DEM.
Geddel disse que o governo não precisa de uma empresa para “autopromoção” e que basta o presidente ter uma estrutura para os registros históricos, por exemplo. Para ele, só deve existir uma estrutura para dar informação e não fazer autopromoção.
Desde que assumiu, Temer identificou na EBC foco de resistência, tanto que nomeou o jornalista Laerte Rímoli para comandar a empresa e teve que recuar, depois que a nomeação foi contestada no Supremo Tribunal Federal. Uma liminar do ministro Dias Toffoli restituiu a direção da EBC ao jornalista Ricardo Melo, que havia sido nomeado na gestão da presidente Dilma, antes do afastamento do cargo no processo de impeachment.
“Essa é uma visão pessoal e não de governo. Mas fico feliz que outros estejam concordando. A EBC é um símbolo de um governo ineficiente, do aparelhamento da gestão, de autopromoção. Não pode ser canal de autopromoção. O que for informativo e não autopromocional, se mantém. Para fazer propaganda, temos contratos com agências para fazer publicidade, que é outra coisa. Acabar com isso é um imperativo para que o novo governo se diferencie. Falei minha opinião ao presidente, que ouviu“, disse Geddel.
O ministro disse que pode discutir alternativas, talvez uma estrutura enxuta com equipes para registrarem os atos do presidente, acompanhá-lo nas viagens. Hoje, a estrutura de comunicação tem a NBr, que transmite todas as cerimônias do governo, por exemplo. A TV está dentro da EBC, que funciona como uma agência de notícias oficial.
Para o ministro, poderiam ser feitos vínculos com as TVs Educativas, repassar inclusive os equipamentos modernos e aproveitar todos os concursados. “E demitir os cargos de confiança“, disse.
A gestão petista ficou marcada por ter contratado profissionais, em cargos de confiança, por altos salários. Em 2015, os gastos chegaram a R$ 547,6 milhões. O número de funcionários da empresa saltou de 1.629 em 2007 para 2.615 em abril deste ano – um aumento de 60,5%.
Temer já assumiu querendo, pelo menos, reduzir os gastos da empresa. A TV é apontada como sem audiência tanto pelo novo governo como por petistas.
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