As empreiteiras suspeitas de formar um cartel para fatiar contratos com a Petrobras devem ser processadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e enquadradas no artigo da Lei de Improbidade Administrativa que proíbe novas contratações com o poder público. Assim, os 11 proprietários e executivos presos pela Polícia Federal (PF) na fase mais recente da Operação Lava-Jato e que continuam detidos não serão os únicos a serem acionados na Justiça. Esses acusados serão alvo de denúncias na esfera penal ainda nesta semana, conforme previsão dos procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava-Jato. A estratégia do MPF é, logo em seguida, já a partir da próxima segunda-feira, acionar as pessoas jurídicas na esfera cível, por meio de ações de improbidade.
As ações mais urgentes se referem às empreiteiras cujos donos e representantes permanecem presos em Curitiba desde o último dia 14. São seis empresas: OAS, Camargo Corrêa, UTC, Galvão Engenharia, Engevix e Mendes Júnior. Da OAS, estão presos o presidente, o vice-presidente, um diretor e um funcionário.
O presidente e o vice-presidente da Camargo Corrêa permanecem detidos, assim como o presidente do Conselho de Administração da empresa. O presidente da UTC também está preso.
As ações penais do MPF vão mencionar crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraude a licitações. Já as ações de improbidade terão como base o artigo 12 da lei, que "proíbe contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário".
As empreiteiras já começaram a ser investigadas na esfera administrativa, por meio de procedimentos abertos pela Controladoria Geral da União (CGU). Tanto as ações cíveis na Justiça quanto os processos na CGU podem levar a um impedimento de novos contratos com o poder público.
Não existe uma "gradação" do nível de envolvimento das empreiteiras, segundo as investigações da força-tarefa. Todas operavam o cartel, e a quantidade de contratos variava conforme o porte de cada empresa, segundo as provas reunidas.
Governo Lula cobra fatura de aliança com Lira nesta última semana do Legislativo
Lula busca ‘apoio VIP’ no exterior para impor censura aos críticos do governo; acompanhe o Sem Rodeios
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Juiz de Brasília condena Filipe Martins por suposto “gesto racista” em sessão do Senado